Projeto de restauração ecológica do Cerrado em Camapuã: parceria inovadora da UFV para preservação e estudos no bioma.

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Com uma área equivalente a mais de 80 campos de futebol, o projeto da UFV, em parceria com a TTG Brasil Investimentos Florestais LTDA, está focado na restauração ecológica do Cerrado brasileiro, um bioma extremamente rico e ameaçado. Localizado em Camapuã, no Mato Grosso do Sul, o experimento abrange 81 hectares e conta com mais de 40 mil mudas de espécies nativas, além de mais de uma tonelada de sementes.

A iniciativa liderada pelo Laboratório de Restauração Florestal da Universidade Federal de Viçosa, busca não apenas recuperar o ecossistema ameaçado do Cerrado, mas também fornecer soluções sustentáveis para a biodiversidade. O objetivo principal do projeto é obter informações sobre o desempenho ecológico, bem como eficiência das técnicas utilizadas na recuperação do bioma, contribuindo assim para a preservação do Cerrado.

O Cerrado é um dos hotspots de biodiversidade mais importantes do mundo, abrigando inúmeras espécies endêmicas. No entanto, está entre os biomas mais ameaçados pela ação humana. Por isso, o projeto foca em análises e estudos voltados para a restauração das vegetações savânicas e campestres do Cerrado, considerando a complexidade e singularidade desse bioma que inclui florestas, savanas e campos.

Além de promover a recuperação da biodiversidade do Cerrado, a pesquisa tem impactos positivos na estocagem de carbono e na mitigação das mudanças climáticas. Com os primeiros dados do experimento já em análise, a previsão é que os resultados comecem a ser divulgados a partir do segundo semestre de 2025, fornecendo informações valiosas para a preservação desse bioma fundamental para as nascentes de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul.

Com cerca de 22% do território brasileiro abrangido pelo Cerrado, o bioma é a savana mais rica do mundo, com uma diversidade excepcional de plantas e animais. No entanto, em 2024, cerca de 9,7 milhões de hectares do Cerrado foram queimados, sendo que 85% das chamas atingiram áreas de vegetação nativa. Esses dados alarmantes ressaltam a urgência e importância da restauração e preservação desse bioma tão impactado pela ação humana.

Diferentemente de outros biomas, as técnicas de restauração aplicadas em florestas podem não ser adequadas para o Cerrado. Por isso, o projeto da UFV, em parceria com a TTG Brasil Investimentos Florestais LTDA, representa uma abordagem inovadora e específica para a recuperação desse ecossistema tão singular. Os estudos realizados visam identificar as melhores práticas e técnicas para restauração das formações do Cerrado, considerando suas características únicas.

O trabalho de restauração ecológica em Camapuã, no Mato Grosso do Sul, representa um passo importante na preservação do Cerrado, contribuindo para a proteção da biodiversidade, estocagem de carbono e mitigação das mudanças climáticas. Com a análise dos primeiros resultados prevista para o segundo semestre de 2025, espera-se que o projeto da UFV seja um marco na restauração ecológica do Cerrado e sirva de exemplo para outras iniciativas de conservação ambiental em todo o país.

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