O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, decidiu seguir a mesma linha de argumentação do ex-presidente Jair Bolsonaro ao impor sigilo de 100 anos sobre sua própria carteira de vacinação. O Ministério, em resposta a uma solicitação feita por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), negou o acesso ao cartão de vacinas de Lewandowski alegando se tratar de dados pessoais sensíveis.
A decisão de negar o acesso ao cartão de vacinação de Lewandowski foi respaldada pelo próprio ministro, baseando-se na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Segundo o ouvidor-geral do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sergio Gomes Velloso, as informações relacionadas à saúde e vinculadas a uma pessoa natural configuram-se como dados sensíveis, cujo acesso é restrito por até 100 anos.
Em meio a polêmica, Lewandowski garantiu que seu cartão de vacinas está completo, conforme afirmado em comunicado à coluna. A postura do ministro se assemelha à adotada por Jair Bolsonaro, que também recusou divulgar os dados de sua carteira de vacinação. O episódio traz à tona a discussão sobre a transparência de informações relacionadas à saúde de autoridades públicas.
Para Nísia Trindade, ministra da Saúde, a situação também gera controvérsia. A coluna revelou que a ministra, de 67 anos, tomou apenas uma dose de reforço da vacina contra a Covid em 2024, quando a recomendação era de duas doses anuais para pessoas a partir de 60 anos. Diante disso, Nísia garantiu que atualizaria sua caderneta de vacinação, conforme orientação da pasta.
Idosos, como Lewandowski e Nísia Trindade, são considerados mais vulneráveis à Covid devido à imunossenescência. Esse processo de envelhecimento do sistema imunológico leva a uma menor resposta a infecções, tornando necessária a aplicação de doses extras anualmente. A imunização contra a Covid tornou-se rotina para esses grupos prioritários desde o final de 2021.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública reforçou que, mesmo diante da negativa de divulgação do cartão de vacinação de Lewandowski, o ministro afirma que seu documento está completo, seguindo as diretrizes do Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde para pessoas maiores de 60 anos. A discussão em torno da transparência de dados de saúde de autoridades públicas continua a gerar repercussão e debates.