Tráfico de cocaína na Europa: desafios e estratégias contra Comando Vermelho no Rio de Janeiro

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Nos últimos anos, o Comando Vermelho vem atuando de forma mais intensa no tráfico de cocaína para a Europa, expandindo suas áreas controladas em meio a disputas sangrentas com outros grupos armados no Rio de Janeiro. Essa realidade reflete décadas de ausência de investimento em inteligência por parte das autoridades, resultando em operações policiais marcadas pela corrupção e violência. No entanto, a mobilização da sociedade civil e decisões do Supremo Tribunal Federal têm contribuído para tornar as operações policiais mais seguras e transparentes, reduzindo a letalidade policial que ainda persiste em níveis alarmantes.

De acordo com dados do GENI/UFF e do Instituto Fogo Cruzado, é possível identificar o crescimento de grupos armados no Rio de Janeiro, com destaque para as milícias, que apresentaram um salto de 204,6% em suas áreas de domínio. Diante desse cenário, medidas devem ser tomadas para impedir o avanço desses grupos em áreas não controladas, principalmente em regiões pouco urbanizadas. Além disso, o enfrentamento ao controle territorial armado e suas disputas deve incluir políticas regulatórias que impactem o mercado imobiliário, o transporte público e a infraestrutura urbana.

O Comando Vermelho, em particular, tem se destacado nos últimos dois anos por ampliar sua atuação conquistando áreas de outros grupos, principalmente das milícias. Esse crescimento, concentrado em regiões como a Baixada e o Leste Fluminense, evidencia a intensificação dos confrontos em zonas como a zona norte e oeste da capital. A reorganização do grupo tem sido impulsionada pelo aumento do tráfico de cocaína para a Europa, aproveitando a fragilidade das milícias após a perda de lideranças importantes.

A fim de combater as redes criminais em suas diversas escalas, é fundamental desmantelar as estruturas de intermediação desses grupos, dificultando sua recomposição. Além disso, a atuação sobre as lideranças amplifica as disputas internas e externas, intensificando os conflitos armados. O enfrentamento conjunto ao avanço das milícias e do Comando Vermelho requer políticas baseadas em dados, planejamento, investigação e integração institucional, visando interromper a lógica do controle territorial e sua expansão desenfreada.

Os coordenadores do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense ressaltam a importância de iniciar a caminhada na direção correta, abandonando práticas ultrapassadas e voltando-se para estratégias mais eficazes no enfrentamento da violência urbana. A necessidade de uma investigação qualificada e de ações coordenadas entre diferentes órgãos é essencial para combater o avanço do crime organizado no Rio de Janeiro e garantir a segurança da população da cidade.

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