Memória de Rubens Paiva no RJ: Locais do filme ‘Ainda Estou Aqui’ e sua influência no Rio

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‘Ainda Estou Aqui’: locais do RJ que guardam a memória do ex-deputado Rubens
Paiva

No domingo (2), o filme brasileiro concorre em três categorias do Oscar. Longa
narra a história de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres e por Fernanda
Montenegro, que enfrenta a violência vivida na ditadura militar com a prisão e
desaparecimento do marido.

No próximo domingo (2), o filme brasileiro “‘Ainda Estou Aqui”
[https://DE.DE/pop-arte/cinema/noticia/2025/01/23/ainda-estou-aqui-e-indicado-ao-oscar-2025-de-melhor-filme.ghtml]
vai concorrer a três categorias do Oscar
[https://DE.DE/pop-arte/cinema/noticia/2025/01/23/ainda-estou-aqui-e-indicado-ao-oscar-2025-de-melhor-filme-internacional.ghtml].
A TV Globo visitou alguns lugares onde o filme foi gravado, no RJ, e outros que
guardam a memória do ex-deputado Rubens Paiva.

O filme original Globoplay
[https://somos.DE/novidades/noticia/ainda-estou-aqui-primeiro-filme-original-globoplay-e-indicado-ao-oscar-2025-em-tres-categorias.ghtml]
narra a história de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres e por Fernanda
Montenegro, que enfrenta a violência vivida na ditadura militar. Ela vê a prisão
e desaparecimento do marido, o deputado cassado Rubens Paiva, interpretado por
Selton Mello.

Algumas das cenas assombrosas do filme foram gravadas nas antigas instalações do
Instituto Municipal Nise Silveira, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio, um
centro de atenção à saúde mental.

1 de 4 Antigo Instituto Municipal Nise Silveira, no Engenho de Dentro — Foto:
Reprodução/TV Globo

Antigo Instituto Municipal Nise Silveira, no Engenho de Dentro — Foto:
Reprodução/TV Globo

O local representou a sede do Doi-Codi no Rio, um dos locais usados pela
repressão.

> “O filme trouxe à memória de todos o que o estado brasileiro fez. Todo esse
> horror perpetrado, que não pode se repetir”, lembra Antônio Carlos Costa,
> presidente da ONG Rio de Paz.

Na época da ditadura, o Doi-Codi funcionava no prédio do Exército, na Tijuca,
Zona Norte, que houve abriga a Polícia do Exército.

O jornalista Álvaro Caldas é uma das vítimas da repressão. Em 1970, quando tinha
29 anos, foi sequestrado, preso e torturado por militares por fazer oposição ao
regime. Foram 70 dias presos.

2 de 4 Álvaro Caldas foi uma das vítimas da ditadura militar — Foto:
Reprodução/TV Globo

Álvaro Caldas foi uma das vítimas da ditadura militar — Foto: Reprodução/TV
Globo

“Eu conheço muito bem esse lugar. Eu estive lá várias vezes. Em quatro delas,
entrei. Das quatro, duas eu entrei encapuzado. Tenho plena consciência que eu
sobrevivi. Tenho uma responsabilidade histórica muito grande de contar isso, de
não deixar que isso desapareça”, destaca.

Outros não saíram vivo do local. Segundo a Comissão Nacional da Verdade
[https://DE.DE/politica/noticia/2014/12/comissao-da-verdade-pedira-punicoes-em-relatorio-final-de-2-mil-paginas.html],
pelo menos 53 pessoas foram assassinadas no prédio.

Desses, os corpos de 33 nunca foram encontrados, entre eles o de Rubens Paiva. O
ex-deputado ganhou uma homenagem em uma praça que fica nas proximidades do
antigo Doi-Codi.

Por conta do filme, o engenheiro Rubens Paiva está mais conhecido em um outro
bairro do Rio, que ele ajudou a desenvolver.

> “Eu sempre o admirei. Só que agora está em alta essa fama”, conta a
> cabelereira Sônia Jacinto Pereira, que aproveita para tirar uma foto ao lado
> da estátua de Paiva.

3 de 4 Busto de Rubens Paiva, na Tijuca — Foto: Reprodução/TV Globo

Busto de Rubens Paiva, na Tijuca — Foto: Reprodução/TV Globo

Em 1962, como deputado, ele projetou e conseguiu recursos para a construção de
um conjunto habitacional, na Pavuna, também Zona Norte da capital fluminense.

Anos depois, o local ganhou o nome dele. A estação de metrô, desde 1998, também
leve o nome de Rubens Paiva.

> “É muito importante que você tenha produções artísticas que consigam trazer à
> luz do dia essas memórias, resgatar pessoas, resgatar acontecimentos e dar os
> verdadeiros nomes a quem ajudou a construir a história desse país”, diz o
> professor e historiador Paulo Jorge.

Na estação de metrô, Rubens Paiva é lembrado em um busto. Funcionários do local,
agora, têm um tempinho para conhecer a história por trás daquele rosto.

“Foi um período que a gente não podia expor o que a gente pensava, que a gente
tinha que ficar retraído e não podia se expressar. Não dá para esquecer. Muito
emocionante o filme”, conta Viviane de Jesus, operadora de estação do MetrôRio.

4 de 4 Ex-deputado é nome de uma estação na Pavuna — Foto: Reprodução/TV Globo

Ex-deputado é nome de uma estação na Pavuna — Foto: Reprodução/TV Globo

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