Soldado de 19 anos agredido no Exército ainda sofre com traumas e ansiedade

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O soldado de 19 anos que denunciou ter sido agredido no 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado em Pirassununga (SP), ainda sofre com ataques de pânico e ansiedade ao lembrar da violência, segundo relato do advogado dele, Pablo Canhadas. “Ele sente o corpo gelar, tem dor de barriga e pensamentos ruins”, afirmou Canhadas. A defesa disse que ele ficou ‘aliviado’ com a expulsão dos seis militares suspeitos da violência, mas não deve voltar às atividades militares. O jovem foi agredido com remo de panela industrial, pedaços de ripa de madeira e teve a farda arrancada e uma vassoura quebrada na região do ânus.

Os suspeitos vão responder como civis a processo na Justiça Militar da União (JMU). Os militares, que não tiveram as identidades divulgadas, não moram na mesma cidade do jovem, o que evita que ele tenha que encontrá-los. Segundo o advogado, o soldado segue em tratamento psicológico e psiquiátrico, com uso de medicamentos antidepressivos e antipsicóticos. Mesmo apresentando evolução e iniciando a reinserção social, ainda é incerto se ele voltará a usar uma farda no Exército.

O jovem está afastado oficialmente do Exército desde 24 de janeiro, passando por uma avaliação médica no próprio 13º RC em Pirassununga. Conforme Canhadas, o afastamento é válido por 45 dias, mas o soldado deve ser reavaliado no início de março, na Junta Militar em São Paulo. A instituição não confirmou a informação sobre a licença médica, reafirmando que as informações de saúde são sigilosas.

Os seis militares investigados por agressão ao soldado foram expulsos do Exército Brasileiro, segundo o Comando Militar do Sudeste. A violência ocorreu em 16 de janeiro, quando o jovem estava organizando um espaço no quartel e foi agredido com diversos objetos. Ainda não se sabe a resposta sobre os crimes que os agressores enfrentarão. A Polícia Civil enviou documentos ao Exército, incluindo uma troca de mensagens entre o soldado e um colega suspeito.

O caso foi registrado como lesão corporal, sem investigação da Polícia Civil. O Comando Militar do Sudeste informou que repudia qualquer conduta ilícita envolvendo seus integrantes. A defesa do soldado enfatizou a gravidade do trauma e as sequelas emocionais causadas pela agressão, reforçando a necessidade de suporte psicológico e indenização. A recuperação do jovem, tanto emocional quanto profissional, ainda é um processo delicado e incerto.

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