Anielle Franco chama de “inaceitável” a nota de Silvio Almeida, acusado de assédio sexual. Ele nega as acusações e alega ser vítima de uma “armadilha”.
A crítica de Anielle Franco
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, criticou duramente a nota publicada pelo ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, na última segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025. No texto, Almeida afirma que ambos foram jogados em “uma armadilha”, referindo-se às acusações de assédio sexual que culminaram em sua demissão em setembro de 2024. Anielle Franco classificou a tentativa de Almeida de descredibilizar vítimas de assédio sexual como “inaceitável”.
Uso das redes sociais para desqualificação
A ministra destacou que Almeida está utilizando as redes sociais para “desqualificar as denúncias” um dia antes de prestar depoimento à Polícia Federal. “O acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas…”, declarou Anielle Franco.
Retaliações e estruturas de silenciamento
Ela também afirmou que a fala do ex-ministro insinua “retaliações descabidas” que reforçam “estruturas de silenciamento e impunidade”. “O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade”, declarou Anielle Franco.
Confiança nas investigações da Polícia Federal
As acusações contra Silvio Almeida surgiram em setembro de 2024, quando a organização Me Too relatou que mulheres haviam sido assediadas sexualmente por ele. Anielle Franco, que já prestou depoimento à PF, afirmou que confia na investigação e reiterou seu compromisso com a defesa das vítimas de violência de gênero. “Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça”, declarou.
