Ministro Silveira defende exploração da Margem Equatorial com bom senso

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Silveira volta a defender a exploração da Margem Equatorial: “Bom senso”

Segundo o ministro, o Brasil tem de explorar a Margem Equatorial “dentro de uma legislação ambiental que já é extremamente moderna e segura”

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a defender a exploração de petróleo na Margem Equatorial, tema que divide opiniões dentro do governo e atrai críticas de ambientalistas.

Silveira participou de uma mesa de debates da CEO Conference Brasil 2025, evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo. O ministro esteve no painel intitulado “Estratégias para Segurança Energética no Brasil”, que também contou com a presença do CEO da Eneva, Lino Cançado, e do CEO da TAG, Gustavo Labanca.

ENTENDA

A Margem Equatorial é uma região da costa do Brasil que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. É apontada como uma nova fronteira de exploração de petróleo e gás. A Margem Equatorial é composta por cinco bacias sedimentares: Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. A Petrobras prevê um investimento de mais de US$ 3 bilhões na Margem Equatorial até 2028. O plano de negócios da companhia projeta a perfuração de 16 poços na região.

O QUE DISSE ALEXANDRE SILVEIRA

“Nós não podemos, a despeito de um discurso que parte da Europa faz, pagar ainda mais caro do que já pagamos pela transição energética no Brasil”, afirmou o ministro de Minas e Energia.

Silveira defendeu a exploração da Margem Equatorial como forma de garantir a produção de combustíveis fósseis, especialmente o petróleo, diante da demanda mundial. Segundo ele, o Brasil deve explorar a região dentro de uma legislação ambiental moderna e segura.

“Temos sempre de buscar o bom senso e o diálogo, a construção de convergência em torno desse processo. O desenvolvimento econômico com sustentabilidade e resultados sociais é plenamente possível”, defendeu Silveira.

NEM “PASSAR BOIADA” NEM RADICALISMO

Durante as discussões, o ministro de Minas e Energia destacou que as políticas públicas para aumentar a oferta de gás e reindustrializar o Brasil, bem como para fazer a transição energética, têm sido vigorosas. Silveira ressaltou a importância de ter racionalidade e evitar extremismo ideológico.

“Não é nem o ‘passar boiada’ nem um extremismo ideológico que não tem conexão com a realidade. Eu já ouvi o absurdo de dizerem que é muito mais barato comprar energia eólica e energia solar do que térmica, sem a compreensão do que é o setor”, criticou Silveira. O ministro salientou a necessidade de ampliar o parque térmico até 2034 para garantir a segurança energética.

REFORMA DO SETOR ELÉTRICO

Silveira reiterou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve encaminhar ao Congresso Nacional uma proposta de reforma do setor elétrico ainda neste ano. Uma das prioridades do texto é a revisão de subsídios. O ministro enfatizou a importância de garantir uma tarifa acessível e segura para a população, destacando a necessidade de respeitar o planejamento do setor elétrico.

“Tenho a maior reverência pelo Congresso Nacional, mas o setor elétrico precisa respeitar minimamente o planejamento. O planejamento aponta para a necessidade da contratação das térmicas que vamos fazer agora. Há uma perspectiva muito positiva para uma grande participação do setor privado nas térmicas novas”, completou Silveira.

BRASIL É “LÍDER DA TRANSIÇÃO”, DIZ MINISTRO

Segundo Alexandre Silveira, o Brasil já é considerado “o líder da transição energética global”. O ministro destacou a importância do gás como combustível de transição e ressaltou a necessidade de ampliar a oferta no país. Silveira afirmou que a Petrobras está trabalhando para reduzir a reinjeção de gás nas plataformas petrolíferas e enfatizou a importância das térmicas para manter a matriz energética equilibrada.

“O biodiesel é um combustível importante, tanto é que aprovamos o aumento da participação do biodiesel na Lei do Combustível do Futuro. Mas não podemos deixar que a demanda seja maior que a oferta e a gente acabe aumentando o custo do combustível e deprimindo a economia”, concluiu Silveira.

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