Guerra comercial pode beneficiar setor de carnes do Brasil

O Brasil vinha passando por um momento difícil no setor de carnes devido a escândalos de corrupção envolvendo a empresa do ramo, JBS, e as sanções imposta por parte da Europa, mas, esse senário pode melhorar com a disputa comercial travada entre a China e os Estados Unidos. Isso acontece porque a guerra deve prejudicar o comércio de carne dos EUA, principal concorrente do Brasil no setor.

De acordo com dados da US Meat Export Federation (USMEF), as perdas na indústria de carne suína dos EUA, devido guerra com a China, podem chegar a US$ 770 milhões  entre maio e dezembro de 2018 e US$ 1,14 bilhão no anotodo, uma média de US$ 9 a menos por cabeça. Além disso, as tarifas impostas pelo México podem gerar um prejuízo de mais US$ 300 milhões para os cofres norte-americanos no restante do ano.

Aliado à estimativa de prejuízo dos EUA, as exportações de carne bovina brasileira geraram uma receita de US$ 6,2 bilhões em 2017, um aumento de cerca de 13% em relação a 2016. Em volume, os embarques totalizaram 1,53 milhões de toneladas, um aumento de 9% em ante o mesmo período do ano anterior.

De acordo com Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), os números reiteram a capacidade do Brasil de competir em um alto nível com países como os EUA. Além disso, ele garantiu que a expectativa é de que, ao final de 2018, o saldo de exportação e vendas seja ainda mais positivo do que foi em 2017.

“Estimamos que, em 2018, teremos um aumento no volume embarcado e um crescimento nas vendas de exportação. Novos mercados são um dos focos da associação, que também pretende aumentar a presença de produtos brasileiros em países parceiros, sempre pautados pelos princípios da ética e da transparência”, finaliza Camardelli.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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