Advogado é preso por extorsão após exigir R$ 20 mil para evitar denúncia de estupro

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Um advogado foi preso nesta segunda-feira (24), em Quixeramobim, no interior do Ceará, por suspeita de extorsão, após exigir R$ 20 mil de um homem para que uma cliente dele não seguisse com a denúncia sobre um suposto estupro. José Lourinho Coelho Neto teve a prisão preventiva decretada na cidade.

Conforme o auto de prisão, ao qual o DE teve acesso, o advogado José Lourinho Coelho Neto foi procurado por uma jovem de 19 anos, que estava acompanhada da mãe, e buscava orientação jurídica sobre uma violência sexual sofrida ano passado. Na ocasião, em vez de notificar a polícia sobre o caso, o advogado questionou a mulher se ela queria colocar o suspeito na cadeia ou se ela queria indenização pelo ocorrido. A jovem informou que desejava obter uma medida protetiva, mas não queria causar a prisão do suspeito.

O advogado então se ofereceu para resolver a situação e informou a jovem que iria obter uma indenização de R$ 5 mil. Porém, para receber a quantia, ela teria que assinar um termo onde constava que a relação sexual havia sido consensual, o que, segundo a mulher, não era verdade. Além disso, a cliente não poderia comunicar o caso à polícia. A jovem assinou o termo chorando, abalada psicologicamente, pois acreditava que o valor ajudaria em seus estudos, embora não concordasse com a versão falsa do caso.

Após receber as informações da jovem, Coelho Neto entrou em contato com o homem apontado por ela como sendo o autor dos abusos. Conforme o homem, durante a conversa no escritório, o advogado exigiu R$ 20 mil para evitar o processo e a prisão por estupro. Mesmo negando os abusos contra a mulher, mas afirmando ter tido relações consensuais, o homem ficou preocupado com a situação. Ele saiu para tentar levantar a quantia, porém só conseguiu sacar R$ 5 mil.

O advogado José Lourinho Coelho Neto foi preso por policiais civis quando o homem entregaria o dinheiro no escritório. Em depoimento, Coelho Neto afirmou que não exigiu a quantia para si, apenas intermediou uma tentativa de composição entre as partes, o que foi contestado pelas autoridades. Durante audiência de custódia, a prisão preventiva foi decretada. O Ministério Público mencionou a gravidade da conduta do advogado e a violação dos princípios éticos e jurídicos da advocacia, destacando a confiança pública na Justiça. O juiz afirmou que, mesmo sem antecedentes criminais, o advogado agiu de forma delituosa.

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