Santos, SP, aposta em reflorestamento para reduzir riscos em áreas vulneráveis dos morros
O projeto piloto ‘AbE subiu o Morro’ (AbE, sigla de Adaptações Baseadas no Ecossistema), já resultou no plantio de cerca de 300 mudas de árvores em áreas de vulnerabilidade em DE, no litoral de São Paulo. Promovido pela prefeitura, o programa busca recuperar áreas de risco por meio de soluções baseadas na natureza junto à comunidade.
A iniciativa prevê o plantio de 1.300 mudas até março deste ano em áreas do Monte Serrat. De acordo com a administração municipal, a região foi identificada no Plano Municipal de Redução de Riscos como uma área de alta vulnerabilidade a eventos meteorológicos extremos.
O projeto, que começou em 2020, tem como objetivo minimizar os impactos causados por eventos meteorológicos extremos. A iniciativa conta com a participação ativa dos moradores da comunidade, que se envolvem em audiências públicas e oficinas de plantio.
Nas áreas de plantio, foram escolhidas, com a colaboração da comunidade, espécies nativas como ipês, juçaras, jacarandás, pitangueiras, goiabeiras e limoeiros. Além disso, em alguns locais, foram criadas hortas comunitárias com plantas alimentícias não convencionais (PANCs).
Nos locais de reflorestamento, restos de demolição como concreto e tijolos foram mantidos. Em nota, a administração municipal informou que esses materiais ajudam a conter a água da chuva e minimizar os riscos de deslizamento. Além disso, as mudas estão sendo plantadas diretamente sobre as lajes para evitar erosão, tendo em vista que as raízes formarão uma rede subterrânea que ajudará a estabilizar o solo.
Santos se destaca nacionalmente no enfrentamento às mudanças climáticas e foi a primeira cidade brasileira a criar uma Comissão Municipal de Mudanças Climáticas, em 2016. As iniciativas da cidade foram apresentadas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), na Escócia, e reconhecidas pelo Instituto Cidades Sustentáveis em 2023. O município da Baixada Santista é o único do Brasil com ações voltadas para resiliência climática em áreas de morro, segundo o World Resources Institute (WRI) Brasil e o Ministério do Meio Ambiente.