Eucalyptus deglupta: a árvore multicolorida do Sudeste Asiático

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Nativo do Sudeste asiático, eucalipto arco-íris encanta por seu tronco multicolorido

Eucalyptus deglupta muda de cor após processos naturais de descamação e oxidação de sua casca.

1 de 5 Eucalipto-arco-Íris (Eucalyptus deglupta) fotografado em Fiji — Foto: cmmteixeira / iNaturalist

Eucalipto-arco-Íris (Eucalyptus deglupta) fotografado em Fiji — Foto: cmmteixeira / iNaturalist

Muito apreciado no paisagismo, o eucalipto arco-íris (Eucalyptus deglupta) pode atingir até 50 metros de altura e tem um dos troncos mais impressionantes da natureza.

Sua coloração única é proveniente da descamação natural da casca, que revela tons esverdeados. Ao oxidarem, esses tons verdes se transformam em azul, roxo, laranja e vermelho, criando um verdadeiro mosaico de cores.

2 de 5 Exemplar da espécie registrado na Locais na Papua-Nova Guiné — Foto: renger / iNaturalist

Exemplar da espécie registrado na Locais na Papua-Nova Guiné — Foto: renger / iNaturalist

Embora seja nativa das Filipinas, Papua-Nova Guiné, Indonésia e Timor-Leste, há registros da espécie no Brasil, onde é cultivada para fins ornamentais e para a indústria de celulose. Descrita em 1850, a árvore é considerada Vulnerável (VU) pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) devido ao desmatamento.

> “No Eucalyptus deglupta, quando o ritidoma se desprende, a primeira tonalidade é de um tom esverdeado vibrante, à medida que vai oxidando, o verde vai dando lugar aos tons mais escuros, azulados, arroxeados, alaranjados e por fim avermelhados”, explica a botânica Aline Stadnik, doutora pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Na família Myrtaceae, a qual o eucalipto arco-íris pertence, a descamação do ritidoma (casca externa das árvores) é comum na maioria de suas espécies, como é o caso das goiabeiras, jabuticabeiras e eucaliptos no geral.

3 de 5 Eucaliptos da espécie registrados no Havaí — Foto: brinnencarter / iNaturalist

Eucaliptos da espécie registrados no Havaí — Foto: brinnencarter / iNaturalist

Além da cor diferenciada, a espécie libera resinas com aroma agradável e óleos essenciais. Suas folhas nascem aos pares, têm formato oval e um tom mais claro na parte de baixo. As nervuras e as bordas das folhas possuem uma coloração amarelada.

As flores dessa árvore surgem em grupos e, antes de abrirem, ficam protegidas por uma estrutura que combina pétalas e sépalas. Quando desabrocham, podem ser brancas ou de um tom creme, e sua parte masculina (estames) e feminina (pistilo) ficam expostas.

Assim como outras plantas da família, a espécie possui flores com uma quantidade muito grande de estames, que serve de grande biomassa de grãos de pólen. A árvore não apresenta frutos carnosos que poderiam ser fonte de alimentação para animais.

4 de 5 Flores do eucalipto-Arco-Íris — Foto: jmgiles / iNaturalist

Flores do eucalipto-Arco-Íris — Foto: jmgiles / iNaturalist

MYRTACEAE NO BRASIL

Cultivada para fins comerciais no Brasil, a espécie tem crescimento rápido o que facilita o uso na indústria. “Mas por ser uma espécie cultivada, pode representar uma ameaça às espécies nativas. O desflorestamento de espécies nativas para o cultivo demasiado de espécies de Eucalyptus podem causar a diminuição da biodiversidade daquele ecossistema”, alerta Aline.

A botânica explica que no território brasileiro existem outras espécies de Myrtaceae que apresentam coloração em seu tronco, como a Eugenia candolleana, que é nativa daqui. Ela apresenta tronco liso, porém com forte tonalidade arroxeada.

5 de 5 Tronco da murtinha (Eugenia candolleana) tem coloração roxa — Foto: Diego Monsores / iNaturalist

Tronco da murtinha (Eugenia candolleana) tem coloração roxa — Foto: Diego Monsores / iNaturalist

“A Myrcia amazônica, também nativa do Brasil, apresenta um tronco liso com forte tonalidade avermelhada. Essas características são muito importantes no reconhecimento taxonômico dessas espécies na natureza”, relata.

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