Lula informou Davi Alcolumbre e Hugo Motta sobre sua escolha de Gleisi Hoffmann como nova ministra das Relações Institucionais, garantindo a eles em primeira mão. Ambos desejaram sucesso à ela, porém expressaram reservas sobre como será a articulação política do governo. A escolha de Gleisi surpreendeu aliados de Alcolumbre e Motta, visto que sua carreira política sempre foi marcada por embates com a oposição e até mesmo com aliados.

Há dúvidas quanto à capacidade de Gleisi Hoffmann de conseguir a aprovação das principais propostas do governo no Congresso, considerando o estilo mais confrontador que a caracteriza. Além disso, críticas públicas da presidente do PT ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levantam preocupações sobre seu possível enfraquecimento.

Por outro lado, há quem destaque a boa relação que Hugo Motta sempre teve com Gleisi Hoffmann, o que pode facilitar o diálogo com o comando da Câmara dos Deputados. No entanto, Motta preferia a escolha de Isnaldo Bulhões (AL) e teme pelo enfraquecimento de Haddad. Tanto Alcolumbre quanto Motta defendiam o fortalecimento de Haddad para recuperar a credibilidade do governo perante investidores internacionais.

A entrada de Gleisi Hoffmann no Palácio do Planalto pode representar um caminho de mais confronto e cobrança de apoio da base aliada do governo. Sua nomeação evidencia uma estratégia de Lula para garantir que os partidos aliados votem alinhados com o Palácio. No entanto, o poder do ministro das Relações Institucionais hoje é limitado, uma vez que a maior parte das emendas parlamentares são pagamentos obrigatórios.

Diante de recusas de outros políticos para o cargo, Lula optou por Gleisi Hoffmann por reconhecer nela uma defensora incansável de seu governo, pronta para o embate e para assegurar o cumprimento de acordos. Resta aguardar como essa nova dinâmica de articulação política irá se desenrolar e se Gleisi conseguirá navegar com sucesso nesse cenário desafiador.