Empresária morre após ser encontrada no banheiro de casa com ferimento na testa e sangramento depois de aborto em MG
Thais Silva, de 32 anos, estava grávida de quatro meses e o feto foi achado dentro de um saco de lixo na casa da vítima; amigo da família teria encontrado a mulher, porque foi até à casa a pedido do marido. A mãe e a irmã da vítima afirmam que não sabiam da gravidez.
As circunstâncias da morte da empresária Thais Cristina Rocha da Silva, de 32 anos, são investigadas pela Polícia Civil de Araxá, no Alto Paranaíba. Ela morreu no domingo (2) após dar entrada na Santa Casa de Misericórdia de Sacramento com um hematoma na testa e sangramento vaginal.
Segundo a Polícia Militar (PM), um amigo da família, disse que encontrou a empresária do ramo de bronzeamento caída no banheiro da casa dela. Ainda segundo o homem, ela estava grávida de quatro meses e havia tentado realizar um aborto. Na casa de Thaís, os policiais encontraram um feto dentro de um saco de lixo, debaixo do tanque.
O amigo disse à PM que tem a chave da casa, porque realiza vários serviços no imóvel. Segundo ele, no dia em que encontrou a mulher caída no banheiro, o marido de Thais, que é policial militar, pediu para que ele comprar areia e deixar na casa. Ao entrar no imóvel, por volta das 11h de domingo, ouviu um barulho vindo do banheiro e encontrou Thais caída no chão. Conforme ele, a empresária havia batido a testa no chão. Em seguida, ele ligou para a irmã dela, que levou cerca de 40 minutos para chegar à casa. Ele disse que, a pedido da mãe da vítima, limpou o local e lavou o vestido que a mulher usava.
A irmã de Thais contou para a PM que não sabia da gravidez e que, assim que recebeu a ligação do amigo da família, foi para a casa da vítima junto com a mãe. Ao chegarem, encontraram Thais sem roupa, caída no chão, com um machucado na cabeça e muito sangue no chão. A mãe de Thais confirmou a versão da filha e disse que ao chegarem na residência, o amigo da família afirmou que a bronzeadora estava passando mal no banheiro e acionaram a ambulância. A mãe também afirmou que não sabia da gravidez da filha.
O marido de Thais afirmou que o casal vivia em união estável há 13 anos e que tem uma filha. De acordo com o militar, ele sabia da gravidez e que, desde o dia anterior, Thais reclamava de dores. Ele explicou à PM que pediu para que o amigo da família ficasse com a bronzeadora, porque estava preocupado com ela. O marido, que é sargento, contou que saiu para trabalhar às 16h de sábado (1°) e retornou às 18h de domingo, quando soube da morte da companheira.
Durante as buscas na casa, os policiais encontraram o feto dentro de um saco de lixo, debaixo do tanque. Conforme a PM, nenhuma das testemunhas soube dizer quem tentou descartar o feto. As testemunhas entraram em contradição quanto aos horários, local e roupa que Thais usava quando passou mal. A PM informou, ainda, que o celular da gestante não foi encontrado.
Além disso, na porta da casa, onde Thais também prestava os serviços de bronzeadora, havia uma placa decretando luto. Contudo, as testemunhas não souberam informar de onde ela veio e quando foi colocada no portão.
O feto foi recolhido durante perícia da Polícia Civil. No entanto, o registro das informações para a investigação foi dificultado, pois a cena foi lavada. Os celulares das testemunhas foram apreendidos e todos os envolvidos levados para a delegacia onde prestaram depoimento. Em nota, a Polícia Civil afirmou que instaurou inquérito para apurar o fato ocorrido no Bairro Novo Alvorecer, em Sacramento. “Quatro pessoas, com idades entre 28 e 52 anos, foram ouvidas. O corpo da vítima, uma mulher de 32 anos, foi encaminhado ao Posto Médico-Legal para exames”.
Atualmente, o aborto não é considerado crime em três situações: se o feto for anencéfalo, se a gravidez for fruto de estupro, se a gravidez impuser risco de vida para a mãe. Fora desses casos, o aborto é considerado crime. Na prática, o que ocorre é que a mulher não vai presa, mas passa pelo constrangimento legal de responder a um crime.