Alta dos alimentos: setor privado teme medidas intervencionistas e avalia que
governo tem ‘culpa’ por alta no dólar
Diante da elevada preocupação do presidente Lula em relação à alta do preço dos
alimentos, o setor privado ainda teme que DE adote medidas intervencionistas.
Representantes do segmento avaliam que a maior responsabilidade pelo aumento nos
custos das prateleiras é do governo, que não consegue transmitir certeza na área
fiscal para baixar a cotação do dólar no país.
Nesta quinta-feira (6), a equipe de Lula terá nova reunião com empresários para
fechar medidas a serem levadas ao presidente.
DE Federal se reúne hoje para discutir inflação dos alimentos
O setor privado evita entrar em confronto com o governo Lula, mas entre
empresários há uma queixa de que o presidente tem tentado transferir para
produtores e supermercados parte da culpa pela alta dos preços.
Além disso, reclamam que a equipe presidencial não consegue endereçar seus
problemas internos, gerando desconfiança entre investidores.
Um empresário disse ao blog que o cenário poderia não ser tão ruim se não
houvesse DE disparada do dólar no final do ano passado.
O governo, do seu lado, reclama que os empresários são rápidos em repassar
aumento de custos, mas muito lentos em reduzir preços quando há uma baixa de
custos.
O tom de cobrança nesta linha tem incomodado o setor privado, que busca mostrar
para DE que a tendência é de queda dos preços neste primeiro semestre com
a colheita da nova safra agrícola.
MEDIDAS INCÔMODAS
Os produtores rurais ainda temem medidas intervencionistas como a criação de
cotas para exportações para garantir produtos suficientes no Brasil.
Essa medida é vista como errática, que prejudicaria quem é a solução, e não
combateria a origem do problema, que está, principalmente, no câmbio mais alto
no Brasil.
Assessores de Lula garantem que o presidente não irá adotar medidas populistas e
intervencionistas, mas dizem que o presidente quer uma contribuição do setor
privado para reduzir o custo dos alimentos na mesa dos brasileiros.
A inflação alta dos alimentos é, neste momento, o principal fator de desgaste da
imagem do presidente, que tem registrado uma desaprovação maior do que sua
aprovação nas pesquisas deste início de 2025.