Mãe dá Rivotril para bebê dormir e causa intoxicação em MG: caso choca autoridades e gera preocupações com uso de benzodiazepínicos.

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Mãe dá Rivotril para bebê dormir e ele é internado com intoxicação em MG

O caso foi registrado na madrugada desta quinta-feira (6) em Patos de Minas, no Alto Paranaíba e a mãe foi localizada horas depois, durante a tarde. O bebê está internado no Hospital Regional Antônio Dias e o Conselho Tutelar acompanhará o caso.

Um bebê foi internado com intoxicação depois que a própria mãe deu Rivotril para ele dormir na madrugada desta quinta-feira (6). O caso foi registrado em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, e a vítima está internada no Hospital Regional Antônio Dias. A mulher não estava presente quando o bebê deu entrada no hospital, mas foi localizada e detida horas depois, durante a tarde.

De acordo com a Polícia Militar (PM), uma testemunha afirmou que a mãe do bebê está em tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). A testemunha disse, ainda, que a mulher deixou o bebê com ela no Bairro Coração Eucarístico, dizendo que não queria mais a criança. Enquanto cuidava do bebê, a testemunha percebeu que ele começou a passar mal e o levou até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Após o primeiro atendimento, o bebê foi levado para o Hospital Regional, porque a criança estava com sintomas de intoxicação.

A testemunha também afirmou que deu paracetamol para o bebê. No entanto, momentos depois, a mãe ligou confessando que deu Rivotril para que ele dormisse. O Diário do Estado entrou em contato com o Conselho Tutelar, que confirmou a ocorrência e afirmou que acompanhará o caso. Conforme a conselheira tutelar, Waléria Elias, o bebê segue internado no Hospital Regional, sob os cuidados da avó materna.

A conselheira afirmou, ainda, que o caso será encaminhado para a Vara da Criança e Juventude. O pai também manifestou o interesse em cuidar do bebê.

Rivotril é um benzodiazepínico — classe de drogas da qual fazem parte o clonazepam, o diazepam e o lorazepam, por exemplo. Essa classe surgiu como uma esperança de tratar ansiedade, fobia social, epilepsia, entre outros quadros psiquiátricos, com menos risco de efeitos colaterais graves. Passadas algumas décadas, porém, a prática mostrou que o uso dessas medicações requer alguns cuidados básicos. O principal deles está em limitar o consumo dos comprimidos a períodos mais curtos, de poucos dias, ou apenas em situações de emergência, segundo especialistas.

Por isso, o uso desse tipo de medicamento deve ser feito com prescrição e acompanhamento médico. Atenção extra na hora de prescrever e orientar o uso adequado desses remédios tem a ver com o risco de abuso, tolerância e dependência, apontam os entrevistados. Se Rivotril e outros remédios do grupo são tomados de forma contínua, por várias semanas, meses ou até anos, o paciente precisará de doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito — além de criar um perigoso vínculo emocional entre a melhora dos sintomas e a necessidade de se medicar com frequência.

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