Goiás se destaca em políticas para fortalecer participação das mulheres na ciência

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O Governo de Goiás tem implementado políticas para fortalecer a participação feminina na ciência e reduzir desigualdades históricas. No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março), ações do Estado são destaques nas conquistas que ampliam a participação feminina na ciência, tecnologia e inovação.

Por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), foram lançadas iniciativas que incentivam o protagonismo das mulheres na pesquisa e na inovação.

Mulheres na ciência

Uma das ações é o Programa Goianas na Ciência e Inovação, que já destinou mais de R$ 2,5 milhões para apoiar projetos científicos liderados por mulheres. A iniciativa, pioneira no país, estimula a presença feminina em áreas estratégicas, como STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e fomenta o empreendedorismo inovador.

Outro avanço significativo foi a criação da licença-maternidade para bolsistas, garantindo que pesquisadoras mães tenham condições de continuar suas carreiras acadêmicas sem prejuízos. Além disso, a Fapeg promoveu rodas de conversa para entender os desafios enfrentados por mulheres cientistas, utilizando esses relatos para aprimorar editais e políticas de fomento.

Os resultados dessas ações são visíveis. Na última edição do Prêmio Goiano de Ciência, Tecnologia e Inovação, seis mulheres conquistaram o primeiro lugar em diferentes categorias, representando a maioria dos premiados. Entre elas, pesquisadoras que desenvolvem soluções inovadoras e uma jornalista que se destaca na divulgação científica.

Obstáculos

Mesmo com avanços, a discriminação de gênero no meio acadêmico segue como um desafio. Mulheres premiadas relatam episódios de preconceito, disparidade salarial e a dificuldade de acesso a cargos estratégicos.

A cientista Carolina Horta Andrade, vencedora na categoria Ciências Exatas, compartilha um caso emblemático.

“Uma colega que era pró-reitora em uma universidade particular perdeu o cargo após uma mudança na administração. O motivo? Ser mulher. O mais chocante foi descobrir que seu antecessor recebia três vezes mais do que ela para exercer a mesma função”.

Para Maria José Braga, jornalista premiada na categoria Profissional de Comunicação, o cenário é semelhante.

“Apesar de sermos maioria na profissão, as mulheres jornalistas ainda enfrentam dificuldades para ocupar postos de comando e têm salários menores. Além disso, são as principais vítimas de assédio moral e sexual, o que impacta suas carreiras e saúde mental”.

A pesquisadora Karla Maria Longo, vencedora na categoria Pesquisador Goiano Destaque em outros Estados, avalia que o Brasil ainda apresenta um ambiente mais hostil às mulheres na ciência, se comparado a países da Europa e aos Estados Unidos.

“Lá fora, a discriminação ainda existe, mas há mais esforços concretos para combatê-la. No Brasil ela é mais evidente e, muitas vezes, escancarada.”

Para Telma Woerle de Lima Soares, vencedora na categoria Pesquisador Inovador, as mulheres vêm ganhando mais espaço nas áreas tecnológicas, embora desafios ainda existam.

“A valorização recente da TI como um todo ajudou a abrir portas, mas ainda há um longo caminho pela frente.”

Equidade como prioridade

O avanço da participação feminina na ciência é evidente, mas ainda há desafios a serem superados. O crescimento no número de pesquisadoras não se reflete proporcionalmente nos cargos de liderança nem na distribuição de recursos financeiros.

Em Goiás, as políticas do governo estadual têm feito a diferença, incentivando a inclusão e criando mecanismos de suporte para cientistas mulheres. Programas como o Goianas na Ciência e Inovação e a licença-maternidade para bolsistas são passos importantes para garantir que as pesquisadoras tenham as mesmas oportunidades que seus colegas homens.

A equidade de gênero na ciência não é apenas uma questão de justiça social, mas uma necessidade para o avanço do conhecimento e da inovação. O futuro da pesquisa depende da diversidade de perspectivas e da ampliação do espaço para mulheres nas áreas de ciência, tecnologia e inovação.

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