O mistério envolvendo o desaparecimento do turista brasiliense Fabrício Alves Monteiro, de 28 anos, no Rio de Janeiro ganhou um desdobramento sombrio. A Polícia Civil encontrou um corpo carbonizado dentro do carro utilizado por ele e seus amigos para ir a uma festa, na última terça-feira (4). As investigações apontam que o trio foi abordado por criminosos nas proximidades da comunidade Palmeirinha, em Honório Gurgel.
O carro incendiado foi localizado na Avenida Brasil, próximo à comunidade do Muquiço, controlada pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Fabrício estava na cidade para o carnaval, hospedado em Anchieta, na Zona Norte, na casa de parentes. De acordo com testemunhas, os três amigos foram levados para dentro da comunidade da Palmeirinha, dominada pelo Comando Vermelho (CV).
Os traficantes teriam acessado o celular de Fabrício e encontrado mensagens e fotos que sugeriam ligação com o TCP, facção rival do CV. O turista foi submetido a agressões brutais em um suposto “tribunal do tráfico” antes de desaparecer. O Instituto Médico Legal (IML) realiza exames para confirmar a identidade da vítima, enquanto a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) continuam investigando o caso.
Segundo os depoimentos do primo e do amigo de Fabrício, o trio estava curtindo o feriado de carnaval na cidade e foi interceptado pelos criminosos, que assumiram a direção do veículo e os levaram para dentro da comunidade controlada pelo CV. Após acessarem o celular de Fabrício, onde encontraram conteúdo relacionado ao TCP, os traficantes teriam cometido atos de tortura contra ele, cortando sua orelha e dedos.
A polícia ressalta que é importante investigar se Fabrício tinha alguma ligação real com o tráfico de drogas ou se apenas simpatizava com a prática criminosa. Imagens circulando nas redes sociais mostram o turista portando um fuzil e uma bandoleira com a inscrição “Coronel do Muquiço TCP”. O caso, inicialmente registrado na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), foi encaminhado à DDPA para continuação das apurações.
O delegado Thiago Neves, responsável pelo caso, destaca que o Rio de Janeiro não é conhecido apenas por suas belezas naturais, mas também pelas áreas dominadas pelo tráfico. A polícia busca esclarecer a motivação do crime e determinar se Fabrício realmente tinha relação com facções criminosas ou apenas se envolveu em circunstâncias perigosas durante sua estadia na cidade. A população aguarda por respostas que possam esclarecer esse triste episódio.