Escolas de Samba Questionam Notas dos Jurados no Carnaval do Rio: Revisão das Notas Pedidas por Grandes Agremiações

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Veja questionamentos das escolas sobre notas dos jurados na apuração do carnaval

Cinco escolas de samba postaram em suas redes sociais comunicados questionando algumas das justificativas para notas baixas no carnaval do Grupo Especial do Rio. A Grande Rio e a Unidos de Padre Miguel entraram com recursos na DE para revisão das notas.

Diretoria da Grande Rio entrou com recurso na DE para revisão das notas. — Foto: Raoni Alves / DE Rio

A divulgação completa das justificativas de cada um dos jurados que avaliaram as escolas de samba no Grupo Especial do Rio de Janeiro provocou uma série de questionamentos das agremiações que se sentiram prejudicadas. A Acadêmicos do Grande Rio e a Unidos de Padre Miguel entraram com recursos na DE para revisão das notas.

Ao todo, 5 escolas do grupo de elite postaram comunicados questionando algumas das justificativas dos jurados para notas baixas apresentadas esse ano. Entre as reclamações estavam expressões como acusações de “racismo”, “quadrilha de canalhas” e “julgamentos sem critério”.

GRANDE RIO QUER O TÍTULO

Entre as escolas que contestaram as notas está a vice-campeã Acadêmicos do Grande Rio, que perdeu o título para a Beija-Flor por 0,1 ponto.

‘Desculpa, Caxias’, escreve mestre Fafá após Grande Rio perder por 1 décimo, no quesito bateria.

Essa diferença mínima aconteceu no quesito bateria, onde a escola teve duas notas 9,9. Uma delas foi descartada e a outra foi considerada para a contagem final.

Segundo o jurado Ary Jayme Cohen, que ficou responsável pelas notas no módulo 2, os ritmistas que tocavam as caixas da bateria comandada pelo mestre Fafá não foram precisos.

A Vermelho e Branca de Caxias também não gostou de ver o mapa da apuração publicado no site da DE na tarde de quinta-feira (6). A reclamação ocorreu porque houve uma inconsistência nas notas. A DE afirmou que houve um erro de digitação e que o resultado do carnaval foi correto.

Unidos da Tijuca, Mocidade, Salgueiro e Portela são multadas por infringir regras da DE.

Como a nota mais baixa é descartada, se a escola levasse só um 9.9, ele não seria computado. Com isso, a Grande Rio somaria 30 pontos no quesito e dividiria o título com a Beija-Flor, ambas com 270 pontos no total.

O somatório descrito na planilha, no entanto, apontou o que foi lido na apuração: 29,9. Ou seja, a soma das notas do mapa (10 + 9.9 + 10 + 10), descartando a menor, estava errada.

A Grande Rio postou um comunicado criticando a situação.

Na mesma postagem, a escola de Duque de Caxias ameaçou questionar a DE de forma oficial e brigar para que fosse também considerada campeã do carnaval 2025.

UPM FALA DE RACISMO

Na outra ponta da tabela, a Unidos de Padre Miguel (UPM) também questionou o resultado do carnaval 2025, que a rebaixou à Série Ouro.

A escola informou que entrou com um recurso junto à DE “reunindo todos os elementos necessários para apresentar um pedido formal, baseado em uma análise criteriosa das justificativas divulgadas”.

A primeira reclamação da UPM foi em relação a uma nota no quesito samba enredo. Segundo a escola, a nota baixa no quesito foi resultado de um problema técnico do sistema de som e não de apresentação.

A segunda reclamação da escola é mais grave e repostou até um conteúdo que fala de racismo contra a escola. Um dos jurados que tirou 0,1 ponto no quesito samba-enredo justificou sua nota 9,9 por “excesso de termos em Iorubá”.

Após tomar conhecimento da nota 9,9, a UPM classificou a situação como “inaceitável”.

A Vermelha e Branca da Zona Oeste terminou em último lugar entre as 12 do Grupo Especial do Rio de Janeiro, 1.1 ponto atrás da “vizinha” Mocidade Independente de Padre Miguel.

SALGUEIRO SOBE O TOM

Os diretores do Acadêmicos do Salgueiro não economizaram nas ofensas ao analisar as justificativas dos jurados para as notas da Vermelho e Branco da Tijuca. Dois comunicados divulgados no perfil oficial da escola falam em “ladrões de plantão”, “canalhas” e “ratos que estão manchando a imagem e a credibilidade do carnaval carioca”.

Mais tarde, a escola divulgou um novo comunicado, dessa vez afirmando que as ofensas não foram direcionadas ao presidente da DE, Gabriel David, ou ao coordenador de jurados, Thiago Farias.

O Salgueiro ainda pediu que o quadro de jurados seja reformulado para o próximo carnaval.

MOCIDADE E VILA TAMBÉM QUESTIONAM

A Unidos de Vila Isabel e a Mocidade Independente de Padre Miguel, que terminaram o carnaval em 8° e 11° lugar, respectivamente, também demonstraram insatisfação com as notas e justificativas dos jurados.

A Mocidade focou suas reclamações na possível falta de critério dos julgadores.

Já os diretores da Vila Isabel falaram em um “sentimento de tristeza e insatisfação” com o resultado.

CASAL DA BEIJA-FLOR QUESTIONA NOTA

A insatisfação com algumas notas apresentadas não é exclusividade das escolas que terminaram sem o título. Até mesmo dentro da Beija-Flor de Nilópolis, que conquistou seu 15º título, houve reclamação.

O casal Selminha Sorriso e Claudinho, a dupla mais antiga da Sapucaí, perderam um décimo do jurado que deu 10 para quase todas as escolas no quesito mestre-sala e porta-bandeira.

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