Estudante de SP inova com corante natural para tingir tecidos sem poluir rios

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Estudante do interior de SP cria corante natural para tecidos que não polui rios
e ribeirões

Objetivo é oferecer alternativa sustentável aos corantes sintéticos da indústria têxtil, que são nocivos ao meio ambiente. Projeto é finalista em feira nacional de ciências.

Estudante do interior de SP cria corante para tingir tecidos que não polui corpos d’água

Uma estudante de Limeira, no interior de São Paulo, desenvolveu um corante natural para tingimento de tecidos que não causa poluição. O projeto é uma alternativa aos corante sintéticos utilizados pela indústria têxtil, que têm potencial de poluir corpos d’água, como rios e ribeirões.

Segundo levantamento da organização sem fins lucrativos Global Fashion Agenda em 2022, a indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo, atrás apenas da indústria petrolífera. O estudo aponta que 92 milhões de toneladas de resíduos têxteis foram descartados em anos recentes.

E foi esse cenário que levou Beatriz Gallicchio Larsen, de 18 anos, a ter a ideia do biocorante, que foi tema de seu trabalho de conclusão de curso (TCC) técnico em química da Escola Técnica Estadual (Etec) Trajano Camargo, sob orientação da professora Gislaine Delbianco e coorientação da professora Inessa Bagatini.

O corante biológico do projeto de Beatriz é criado a partir de pigmentos de microalgas e cianobactérias. “Nós podemos cultivar essa biomassa, secá-la e extrair a substância de interesse. Nesse caso, a clorofila A e a fitocianina, que são os nossos dois pigmentos naturais. Dessa forma, realizamos a formulação desses corantes, que continham, além do pigmento, um mordente e um fixador – que fixam o corante nas fibras -, e aplicamos eles no tingimento de tecidos naturais e sintéticos”, detalha a autora do projeto.

Os melhores resultados obtidos foram nos tecidos sintéticos, como o poliéster e o elastano. “Além de uma boa coloração, uma coloração atrativa ao consumidor, [esses tecidos] também demonstraram uma boa aderência e maior homogeneidade nos testes de fixação”, explica Beatriz.

Indiretamente, o próprio cultivo de algas e cianobactérias gera outro benefício, já que nesse processo natural elas realizam um processo de restauração ambiental. Elas são cultivadas em imersão de gás carbônico que é poluente. Elas fazem a sua fotossíntese e, então, liberam gás oxigênio para a atmosfera, resume a estudante.

Mas o passo mais próximo do projeto é a apresentação dele na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Beatriz foi selecionada como finalista e vai participar da mostra na semana do dia 25 de março, em São Paulo. “Para mim, é muito importante que esse tema chegue a mais pesquisadores e ao público em geral, já que a intenção aqui é a iniciação na indústria a partir da sustentabilidade. Mas eu vou, sim, trabalhar em mais estudos relacionados, não inteiramente nos corantes, mas agregados às microalgas e à indústria têxtil”, acrescenta Beatriz.

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