Como foco e equilíbrio auxiliam mulheres a conciliar cargos de liderança com a família em SC
Daiane e Adriana são exemplos de mulheres que conseguiram conciliar a carreira em ascensão com a criação dos filhos e a organização do lar.
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Desde sempre, as mulheres são pressionadas pela sociedade a sempre ceder, seja em prol da família ou para garantir a organização do lar e da criação dos filhos. Mas, com o avanço de conquistas e rompimentos com a então normatividade, é possível observar como mulheres em cargos de liderança podem crescer como profissionais sem renunciar ao tempo ou planos pessoais e familiares.
Para isso, a compreensão dos parceiros é essencial para garantir que também possam atuar com as plenas capacidades, sejam emocionais ou intelectuais.
E neste Dia da Mulher, o de [https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/] apresenta a história de duas catarinenses que se tornaram a peça principal na sustentação da família e que tiveram nos companheiros e no histórico familiar o apoio primordial para equilibrar a carreira em ascensão e a criação dos filhos.
> “É muito comum na nossa sociedade que a mulher abra mão, faça concessões, seja de um hobby ou da carreira para cuidar da família e são poucas as vezes que você vê o homem abrindo mão em função da família”, diz Daiane Fagundes Maeinchen.
Daiane, que é gerente de Comunicação, Marketing e Responsabilidade Social em uma grande empresa, deixou a cidade onde vivia com o marido e as duas filhas em Santa Catarina para assumir um posto de liderança em Pernambuco.
A decisão foi acompanhada pelo marido Jefferson, que deixou o emprego onde trabalhava por 13 anos para manter a família junta e dar o suporte para Daiane diante dos novos desafios.
“Sempre tomamos as decisões pensando na família e desta vez não foi diferente. Temos vários colegas que se mudaram e vieram trabalhar nesse projeto e são os homens que vieram e trouxeram as suas esposas. Sou o único caso de mulher que veio e trouxe toda a família”, completa Daiane.
Com a nova função profissional consolidada, ela conta que os desafios de manter uma casa e garantir bem-estar e educação para duas filhas são compartilhados.
“Cada um faz o seu papel. Ele já em outros momentos já precisou viajar, agora sou eu que preciso viajar, então ele também faz o papel de pai dentro de casa. Não é que ele vai ajudar, ele vai ser o pai, e a mãe vai estar ausente naquela semana e está tudo certo. A chave é respeito, comunicação, comunicação aberta e transparente”, reitera.
LIDERANÇA E PROTAGONISMO PELO EXEMPLO
Adriana Krutzschlana é líder em uma empresa que atua na produção de lustres e outros objetos de decoração. Ela conta que trabalhar na indústria foi um caminho natural pelo que viu a mãe viver após a morte do pai.
> “As minhas brincadeiras de criança eram dentro de uma oficina. A minha mãe teve uma refrigeração e um ‘jato’ de areia, e após o meu pai falecer, ela tocou o negócio da família. Então, minha vivência, meu dia a dia foi brincando com ferramentas dentro de uma oficina”, diz Adriana, de Blumenau.
Na lida, ela não está sozinha. A empresa onde trabalha tem 60 colaboradores, dos quais 42% são do sexo feminino, e metade dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
“A gestão feminina é mais humanizada, até pelo fato da empatia que temos, a mulher tem um jeitinho pra chegar, conquistar as pessoas, sempre com transparência, leveza, isso querendo ou não, aproxima”, completa Adriana, que tem uma filha de 14 anos.
Em casa, ela fala que o crescimento profissional motivou mudanças na rotina da casa, com o companheiro sendo o principal aliado.
“Meu esposo sempre cuidou das finanças, mas de alguns anos para cá, eu cuido de todas as finanças, me encontrei nesse papel, e ele aprendeu a cozinhar. Então, hoje ele cozinha muito melhor do que eu, e eu cuido das finanças melhor do que ele”, finaliza.
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO
A maior dedicação ao trabalho de cuidado e doméstico impacta também na inserção no mercado de trabalho – o nível de ocupação das mulheres adultas (entre 25 e 54 anos) que vivem em casas com crianças de até 6 anos é inferior (56,6%) à das que vivem em lares sem (66,2%).
Entre os homens acontece o inverso: em domicílios com crianças de até 6 anos, 89% de homens adultos estão ocupados, contra 82,8% das casas sem crianças. Os dados são referentes a 2022 e fazem parte do estudo Estatísticas de Gênero, divulgados pelo IBGE no Dia da Mulher em 2024.
Com isso, a taxa de participação das mulheres acima de 15 anos no mercado de trabalho segue inferior à dos homens (53,3% ante 73,2%), e ainda inferior ao patamar de 2019, pré-pandemia (55,4% ante 75,2%).
Das inseridas no mercado, 28% estavam em trabalhos de tempo parcial (de até 30 horas semanais) – quase o dobro (14,4%) do verificado entre os homens. E a informalidade também é maior entre as mulheres (39,6%) do que entre os homens (37,3%).