Centenas de pessoas perderam a vida em conflitos em uma região costeira da Síria, onde as forças de segurança e apoiadores do presidente deposto Bashar al-Assad entraram pararam em conflito. Esse episódio representa um dos piores momentos de agitação desde a posse do governo de transição da Síria, com centenas de vítimas fatais e feridos nos confrontos.
Os conflitos surgiram na quinta-feira (6) nas regiões de Latakia e Tartous, localizadas na costa do Mediterrâneo, áreas que historicamente possuíam forte apoio dos alauítas sírios a Assad e que testemunharam surtos de violência sectária nos últimos meses. A Rede Síria pelos Direitos Humanos (SNHR) relatou que mais de 225 pessoas faleceram nos confrontos desde a quinta-feira.
A SNHR, organização baseada no Reino Unido, informou que entre os mortos, 125 eram civis, apontando para execuções generalizadas por parte das forças governamentais em homens jovens e adultos, sem distinguir claramente civis e outros indivíduos. A veracidade dos números divulgados pela SNHR ainda precisa ser confirmada, sendo que a CNN está buscando obter comentários do governo sírio sobre o total de mortos.
O panorama dos confrontos recentes na Síria evidencia os desafios enfrentados pelo novo regime do país em relação aos grupos cada vez mais marginalizados, especialmente aqueles que permanecem armados. Resquícios de violência persistem, e Ahmed al-Sharaa, presidente de transição da Síria, prometeu em um discurso televisivo na sexta-feira buscar responsabilizar os envolvidos nas mortes de agentes de segurança e também pediu para que as forças garantam respostas adequadas durante os confrontos.
Os embates na Síria desencadearam, por sua vez, manifestações tanto pró-governamentais quanto antigovernamentais em diferentes cidades sírias. Países como a Arábia Saudita, que apoiam o novo governo, repudiaram o que classificaram como crimes praticados por grupos ilegais no território sírio. A situação na região costeira do país permanece tensa, com relatos de ataques a hospitais e intensificação dos confrontos entre as forças de segurança e grupos oposicionistas ou remanescentes do antigo regime.
