Posse de Gleisi no governo não estanca crise no PT
O Partido está dividido em torno da sucessão na presidência da sigla. Críticas foram feitas à candidatura de Edinho Silva em uma reunião na casa de Gleisi Hoffman.
Edinho Silva critica reunião na casa de Gleisi sobre sucessão no PT
Gleisi Hoffman assumiu nesta segunda-feira (10) a articulação política em um momento de turbulência dentro do governo, com uma possível debandada do Centrão. Mas a nova ministra sai do PT em um momento em que o partido vive uma divisão importante.
A posse de Gleisi abriu a vaga na presidência do PT, que elegerá um novo comando em julho. A eleição já estava marcada, e até lá o partido definiu que o senador Humberto Costa assumirá um mandato-tampão.
Com Gleisi no ministério, se avaliou que o partido conseguiria uma unidade em torno da candidatura do ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, para a presidência do partido. Mas não é o que está se vendo, e a crise interna do partido está longe de estar estancada.
Gleisi faz contraponto a Edinho, que, segundo aliados, é o candidato de Lula para tocar o partido daqui para frente. Uma reunião na casa de Gleisi na última quinta-feira (6) com a presença de Lula discutiu a sucessão no partido, e muitas críticas foram feitas sobre a candidatura de Edinho.
Segundo aliados, houve ressalvas sobre a falta de apoio ao nome de Edinho, que reagiu em um evento em Matão (SP), no final de semana, e criticou a reunião. Ele chamou de inaceitável o vazamento sobre a presença de Lula na reunião para dar a ideia de que o presidente estaria apoiando outro grupo que se opõe ao seu nome.
“Eu estou muito indignado com tudo o que aconteceu, da forma como aconteceu, mas isso não me desestimula”.
A ideia, segundo aliados, não era vazar a presença do Lula, mas manter o fato em sigilo. Mas uma foto que o vice-presidente do PT e prefeito de Maricá, Wshington Quaquá, postou nas redes sociais fez com que a imprensa fosse atrás dessa informação.
Quaquá faz parte do grupo que tenta uma candidatura alternativa à de Edinho e que pode ser inclusive em torno do próprio Humberto Costa. E essa vai ser uma questão que só será resolvida se, e quando, o presidente vier a público dizer que o seu favorito é o Edinho. Um gesto que até agora não aconteceu.