Nova descoberta: Megatubarão era 5x maior que o tubarão-branco

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Estudo indica que megatubarão era 5 vezes maior que o tubarão-branco

Pesquisa sobre o “predador perfeito” indica que o animal podia chegar a medir 25 metros, um dos maiores predadores do oceano

Uma pesquisa publicada na edição de março da revista Palaeontologia Electronica revelou que novos fósseis do megalodonte, conhecido como megatubarão (Otodus megalodon), apontam que o predador gigante era ainda maior do que se estimava anteriormente.

Os fósseis já conhecidos indicavam que ele poderia ter cerca de 17 a 20 metros de comprimento, mas uma revisão desta estimativa indica que o predador oceânico poderia atingir até 24,3 metros.

Para se ter uma ideia das dimensões, o megatubarão seria cinco vezes maior que o tubarão-branco e quatro vezes maior que a orca, o maior carnívoro que hoje habita nossos oceanos. O tamanho do megalodonte é apenas um pouco menor do que o da baleia azul, atualmente o maior ser vivo do planeta.

O estudo liderado pelo paleobiólogo Kenshu Shimada, da Universidade DePaul, nos Estados Unidos, em colaboração com 28 especialistas internacionais, indica que as pesquisas anteriores erraram por estimar equivocadamente as dimensões do corpo do “predador perfeito”, como o animal foi descrito em 2022.

O erro aconteceu porque os fósseis do megatubarão apresentam apenas a mandíbula do animal e algumas vértebras, mas como a maior parte da estrutura corporal era cartilaginosa, ela não foi preservada. Os pesquisadores, a partir dessa estrutura, começaram a estimar o desenvolvimento corporal do megatubarão de acordo com o do tubarão-branco moderno. No entanto, o novo estudo indica que o animal deveria ter uma estrutura mais fina e alongada, semelhante à do tubarão-limão, que vive na costa brasileira.

O estudo atual baseou-se em uma coluna vertebral fossilizada quase completa encontrada na Bélgica que mede cerca de 11 metros de comprimento. A partir da descoberta, os pesquisadores buscaram estimar as dimensões das partes ausentes, como a cabeça e a cauda.

Para calcular o tamanho total do animal, a equipe analisou as proporções corporais de 145 espécies de tubarões modernos e 20 extintos. Com base nos dados, eles concluíram que a cabeça e a cauda do megalodonte representavam aproximadamente 16,6% e 32,6% do comprimento total, respectivamente. Assim, o espécime belga, com 11 metros de tronco, teria cerca de 16,4 metros de comprimento total. Mas ele não parecia estar no auge de sua forma física. Vértebras maiores, encontradas na Dinamarca, sugerem que alguns indivíduos poderiam alcançar até 24,3 metros.

A pesquisa também abordou questões sobre a biologia do megalodonte. Um indivíduo de 24,3 metros pesaria cerca de 94 toneladas e teria uma velocidade de cruzeiro estimada entre 2,1 e 3,5 km/h, semelhante à do tubarão-branco. Além disso, os padrões de crescimento indicam que os filhotes nasciam com 3,6 a 3,9 metros de comprimento e se alimentavam dos outros ovos no útero. Essas características reforçam a hipótese de que o megalodonte era ovovivíparo.

Estima-se que o predador gigante desapareceu há cerca de 3 milhões de anos. Os pesquisadores acreditam que a dieta restrita do animal e grande quantidade de presas que eram necessárias para mantê-lo vivo fizeram com que a manutenção da espécie fosse inviável quando várias espécies entraram na disputa por alimento no oceano, inclusive os tubarões modernos. Acompanhe a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!

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