Bala perdida atinge residência em Madureira e quase atinge criança de 5 anos

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Disparo atinge casa em Madureira e projétil cai ao lado de criança de 5 anos que dormia

Residência fica a cerca de 1 km do Morro do Fubá, no Campinho, região disputada
a bala por facções rivais.

1 de 3 Vala perdida perfurou teto da casa, atingiu TV e caiu ao lado de criança
de 5 anos — Foto: Arquivo pessoal

Vala perdida perfurou teto da casa, atingiu TV e caiu ao lado de criança de 5
anos — Foto: Arquivo pessoal

Uma bala perdida atingiu uma casa em Madureira, Zona Norte do Rio, na noite
desta segunda-feira (10), e por pouco não atingiu uma criança de 5 anos que
dormia em um dos quartos. A residência fica a cerca de 1 km do Morro do Fubá, no
Campinho, região alvo de disputa de facções rivais.

Segundo a dona da casa, uma recepcionista de 33 anos, o projetil perfurou o teto
da residência, que é de drywall, acertou uma televisão e caiu ao lado do menino.

> “O que é mais assustador é que tudo aconteceu dentro de casa. Era por volta
> das 23h, colocamos o meu filho para dormir e eu e meu marido estávamos
> conversando. Escutamos um barulho muito forte e ele pensou que o nosso filho
> havia caído da cama. Quando ele chegou no quarto, ele deu um grito e fui ver.
> A bala tinha perfurado o teto da casa, bateu na televisão e parou ao lado do
> nosso filho”, conta a mulher.

2 de 3 Morro do Fubá, no Campinho, visto da casa atingida pelo disparo — Foto:
Arquivo pessoal

Morro do Fubá, no Campinho, visto da casa atingida pelo disparo — Foto: Arquivo
pessoal

Nos últimos anos, traficantes da Serrinha, em Madureira, ligados ao Terceiro
Comando Puro (TCP), tentaram invadir o Morro do Fubá, que é ocupado por outro
grupo criminoso, o Comando Vermelho (CV).

“Todo dia tem tiroteio. Há pelo menos 5 anos convivemos com confrontos
diariamente. Tem dia que o tiroteio é intenso. Como ontem não teve, até
estranhei. À noite, aconteceu isso. Meu marido acha que perdeu a força antes de
cair. É algo assustador. Nem em casa estamos protegidos. Estamos largados”,
desabafa.

De procurar a Polícia Militar para saber se havia uma operação no local ou se o tiroteio era entre facções rivais. No entanto, até a
publicação da reportagem a instituição não havia respondido.

TRAFICANTES DA SERRINHA ESQUARTEJAM MORADOR DO FUBÁ

A Polícia Civil do RJ indiciou 6 traficantes pela morte de um jovem do Morro do
Fubá. As investigações apontam que Matheus Andrade de Freitas
foi esquartejado por traficantes do Morro da Serrinha.

Depois de matarem o jovem, os criminosos ainda postaram o vídeo nas redes
sociais.

3 de 3 Matheus foi vítima de traficantes da Serrinha — Foto: Reprodução/TV Globo

Matheus foi vítima de traficantes da Serrinha — Foto: Reprodução/TV Globo

O caso ocorreu no dia 26 de outubro, quando traficantes da Serrinha invadiram o
Fubá. O motivo do crime, segundo a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA),
foi porque Matheus vivia e trabalhava em uma comunidade inimiga do Terceiro
Comando Puro.

“Matheus foi criado no morro do Fubá e muitos amigos passaram a integrar o
tráfico. Um mês antes de desaparecer, tornou-se sócio de uma pizzaria na entrada
da comunidade Jorge Turco, dominada pelo Comando Vermelho”, explicou a delegada
titular, Elen Souto.

O vídeo viralizou e se tornou motivo de irritação para William Yvens da Silva, o
traficante Coelhão, um dos chefes do tráfico na Serrinha.

Ele mandou um áudio para os integrantes do bando, reclamando da atitude dos
traficantes:

> “Como um vídeo desse vai vazar, mano? Como vai, como, explanar um vídeo
> desses, mano? Cortando os outros, mano. Pô, tá de brincadeira, mano”

Coelhão é homem de confiança de Wallace Brito Trindade, o Lacoste, o principal
traficante do Complexo da Serrinha. Ele foi acusado de mandar torturar mulheres,
raspando seus cabelos e colando tampinhas em suas cabeças.

Lacoste e Coelhão ainda exigiram que olheiros do tráfico usem drones para
monitorar a movimentação da Polícia Militar na região.

Com os indiciamentos, Lacoste e Coelhão passam a ter, respectivamente, 7 e 3
mandados de prisão em aberto. O vídeo, segundo a polícia, fez com que o
inquérito fosse encerrado em três meses.

“Ainda durante esse vídeo de esquartejamento faz exaltação ao chefe, que vem a
ser o Lacoste”, explicou Elen Souto.

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