Polícia apreende adolescente suspeita de integrar ‘grupo de extermínio’ que executou mais de 20 pessoas e gravou mortes no Paraná
Polícia acredita que ela era responsável por armazenar o armamento da organização criminosa. Ao DE, advogado de defesa da jovem disse que processo está sob sigilo e que vai se manifestar nos autos.
Jovem suspeita de integrar grupo de extermínio é apreendida em Ponta Grossa
Uma jovem de 18 anos foi apreendida na noite de segunda-feira (10), por ser suspeita de integrar um grupo extermínio que executou mais de 20 pessoas e gravou mortes no Paraná. A Polícia Civil (PC-PR) acredita que ela era responsável por armazenar o armamento da organização criminosa.
Ela estava foragida há um mês e foi encontrada em uma faculdade particular de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná. A polícia não divulgou o nome da instituição de ensino.
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De acordo com o delegado Fernando Henrique Ribeiro Vieira, a jovem foi submetida a medida socioeducativa de internação mesmo estando com 18 anos, pois o possível crime praticado por ela foi cometido enquanto ela era menor de idade.
> “A medida socioeducativa de internação poderá ser aplicada excepcionalmente ao maior de 18 anos até os 21 anos de idade que praticou ato infracional quando ainda era inimputável, como ocorreu neste caso”, explicou o delegado.
A jovem não teve o nome divulgado. Ela foi encaminhada ao Centro de Socioeducação Regional de Ponta Grossa (Cense) e permanece à disposição da Justiça. Ao DE, o advogado de defesa dela disse que processo está sob sigilo e que vai se manifestar nos autos.
A milícia, considerada como um “grupo de extermínio” pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR), foi alvo de uma operação no dia 11 de dezembro de 2024. De acordo com a PC, o grupo é suspeito de executar pelo menos 21 pessoas no intervalo de um ano e oito meses em Ponta Grossa.
Os crimes, conforme a investigação, eram filmados e enviados ou transmitidos em tempo real por vídeo ao mandante, que estava preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
> “As investigações que culminaram no desencadeamento da operação tiveram início após o setor de homicídios da Polícia Civil detectar que o grupo criminoso havia constituído uma milícia privada para execução de seus rivais e desafetos, elevando o número de mortes na cidade de Ponta Grossa. […] Foi identificado que o grupo, bem estruturado, possuía ao menos 28 integrantes, sendo seis adolescentes”, afirma a corporação.
Segundo o Ministério Público, também foram obtidas provas de corrupção de um monitor de ressocialização, servidor terceirizado do sistema penitenciário, que receberia propina para conceder benefícios e facilidades aos investigados presos.
“Esse servidor terceirizado teve a sua prisão preventiva decretada nesta fase das investigações e já foi afastado das funções pelo próprio Departamento de Polícia Penal do Estado”, afirma o órgão.
Para operação, foram expedidos 48 mandados de prisão preventiva, 133 mandados de busca e apreensão e 69 medidas de sequestro de bens e valores e bloqueios de contas bancárias em 46 residências dos seguintes estados: Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rondônia.
A Justiça também determinou a transferência de um preso para o sistema penitenciário federal, além do imediato isolamento de outros três presos da Casa de Custódia de São José dos Pinhais, que foram identificados como associados do grupo.
As investigações apontam que o grupo possuía diversos núcleos, segundo a Polícia Civil: chefe, indivíduos associados, responsável financeiro, grupo de apoio logístico, setor com olheiros da milícia e núcleo de executores. O uso de adolescentes visava à impunidade do grupo, em razão da previsão de penalidades mais brandas em razão da menoridade.