‘A revolta da gente é pela crueldade’, diz amiga de biomédica vítima de feminicídio
Oficial de justiça Marli Sobrinho, agredida por um homem no Dia Internacional da Mulher, era amiga de Kéia Oliveira e estava presente no velório, em Ibirité, na Grande BH.
Velório da biomédica Kéia Oliveira, vítima de feminicídio, em Ibirité, na Grande BH — Foto: TV Globo
Boas lembranças, dor e revolta marcaram o velório da biomédica Kéia Oliveira, de 33 anos, vítima de feminicídio, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Ela foi assassinada pelo ex-companheiro, Renê Teixeira, de 42 anos, nesta segunda-feira (10). Ele não aceitava o fim do relacionamento. O crime aconteceu na clínica onde Kéia trabalhava como esteticista, no momento em que ela atendia a uma cliente.
O corpo foi velado na tarde desta terça-feira (11), no velório municipal de Ibirité. De lá, o corpo segue para o enterro em Simonésia, cidade próxima a Manhuaçu, onde ela nasceu, na Zona da Mata mineira.
> “Ela era uma pessoa querida por todos nós. Uma mulher batalhadora que veio do interior. A revolta da gente é pela crueldade que foi. Eu que estive lá perto, digo que foi muito pesado.”, disse a amiga Tita Silva.
A oficial de justiça Maria Sueli Sobrinho foi agredida com uma cabeçada no rosto durante o trabalho, em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Ela era amiga de Kéia Oliveira.
Também estava presente no velório a oficial de justiça Maria Sueli Sobrinho, de 48 anos, que foi agredida durante o trabalho no último 8 de março, Dia Internacional da Mulher, também em Ibirité. Elas eram amigas e conversaram sobre a violência sofrida por Maria Sueli.
A oficial de justiça foi golpeada por um policial militar, de 49 anos, com uma cabeçada no rosto enquanto tentava entregar uma intimação a um homem, de 27 anos.
> “Eu ainda estava digerindo a violência que sofri e acontece uma coisa dessa. A gente fica consternado. Ela foi uma das amigas que me prestou solidariedade e me mandou mensagem, e infelizmente acontece uma atrocidade desta. Depois do que aconteceu comigo e agora com ela, nossas amigas estão com medo”, disse a oficial de justiça.
Moradores de Ibirité, cidade onde Kéia foi assassinada e Marli foi agredida, estão organizando uma manifestação pelo fim da violência contra as mulheres, no domingo, (16), às 9h, em frente ao Fórum.
“Não podemos nos calar diante dessa realidade! Precisamos nos unir e exigir justiça, segurança e respeito às mulheres”, diz o comunicado.
Natural de Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, Kéia Oliveira tinha 33 anos, era formada em Biomedicina, e trabalhava como esteticista em Ibirité, na Região metropolitana de Belo Horizonte.
A massoterapeuta Fabíola Catalan era amiga de Kéia e lamentou a violência, dois dias depois do Dia Internacional da Mulher.
O comerciante João Batista Silva, morava em Ibirité e, assim como Kéia, era natural de Manhuaçu. Ele também pediu um ‘basta’ para a violência contra as mulheres.
Cliente e amiga de Kéia, Geovana Lima disse que a biomédica enfrentava problemas para conseguir a separação do ex-companheiro, mas não não poderia imaginar que seria vítima de tamanha violência.
Corpo de biomédica assassinada pelo ex é velado na Grande BH
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