Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, reiterou a existência do racismo ambiental em nossa sociedade, destacando que embora muitas pessoas não compreendam o conceito, ele é uma realidade que precisa ser enfrentada. Durante um debate sobre racismo e mudanças climáticas em São Paulo, Anielle enfatizou que o racismo ambiental está presente e impacta de forma significativa comunidades vulneráveis em relação às classes mais privilegiadas.
O termo “racismo ambiental” é utilizado para descrever situações em que grupos socioeconomicamente desfavorecidos são mais afetados por eventos climáticos do que pessoas de classes mais altas. Anielle foi alvo de críticas da oposição em 2024, quando fez menção ao racismo ambiental ao falar sobre os efeitos das chuvas no estado do Rio de Janeiro. Sua declaração gerou controvérsia, com parlamentares ironizando a ideia de que o meio ambiente poderia ser racista.
Durante o evento, Anielle destacou que o conceito de racismo ambiental não é recente, tendo surgido nos Estados Unidos na década de 1980. Ela também compartilhou experiências pessoais, ressaltando as desigualdades existentes na capital fluminense. Segundo a ministra, moradores de regiões menos privilegiadas sofriam mais com as consequências das chuvas do que aqueles em áreas mais abastadas, onde os impactos eram menos devastadores.
Ao exemplificar a disparidade de tratamento diante de eventos climáticos, Anielle mencionou sua vivência no Complexo da Maré, onde as chuvas frequentemente dificultavam o deslocamento dos moradores, afetando o acesso à escola e ao trabalho. Em contrapartida, em regiões mais elitizadas, como a zona sul, os efeitos das chuvas eram menos prejudiciais e as casas não eram tão afetadas, evidenciando a desigualdade na forma como o racismo ambiental se manifesta.
A ministra ressaltou a importância de debater e combater o racismo ambiental, mesmo que muitas pessoas ainda não compreendam completamente o conceito. Ela destacou a necessidade de conscientização e ação para minimizar as disparidades existentes e promover equidade ambiental e social. Anielle Franco reforçou que o racismo ambiental é uma questão urgente que não pode ser ignorada, pois suas consequências afetam de forma desproporcional as comunidades mais vulneráveis.