Entenda por que a possível ida de Eduardo Bolsonaro para a liderança da Comissão de Relações Exteriores tem gerado debates acalorados na Câmara dos Deputados.

O Partido Liberal (PL), ao qual o deputado Bolsonaro é filiado, reivindica a presidência da comissão como parte da distribuição de poder dentro da Casa. No entanto, os aliados do governo temem que essa nomeação possa resultar em viagens que comprometam a imagem do Congresso Nacional e desacreditem as instituições brasileiras no cenário internacional.

Em meio às discussões sobre o comando das comissões temáticas na Câmara dos Deputados, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional tem se destacado como um ponto de conflito entre aliados do governo do presidente Lula e apoiadores de Bolsonaro. A indicação de Eduardo Bolsonaro para a presidência do grupo é vista com preocupação por parte dos governistas.

Os líderes partidários indicam os presidentes das comissões, cujos mandatos duram um ano. A disputa pela presidência da Comissão de Relações Exteriores em 2025 envolve o PL, que busca nomear Eduardo Bolsonaro para o cargo. No entanto, a possibilidade de ele utilizar a posição para discursos que desafiem o STF e defendam Jair Bolsonaro preocupa os aliados do governo.

A nomeação de Eduardo Bolsonaro para a comissão é vista como uma “crise anunciada” por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O temor é que o deputado utilize o cargo de forma acriática e desrespeite as instituições nacionais, o que poderia causar desequilíbrios e confrontos entre os poderes.

A oposição aponta a participação de Eduardo Bolsonaro em eventos internacionais recentes como exemplo de conduta inadequada. As críticas às investigações em curso no STF e a postura contrária às medidas do governo brasileiro no âmbito internacional preocupam os críticos de sua eventual nomeação para a liderança da Comissão de Relações Exteriores.

Em relação às atribuições da presidência de uma comissão temática, cabe ao presidente definir a pauta de projetos, convocar autoridades pertinentes, dialogar com líderes partidários e representar o Congresso em eventos nacionais e internacionais relacionados ao tema da comissão.

Diante do contexto de anúncios de sobretaxas por Donald Trump, autoridades brasileiras têm buscado negociações para evitar possíveis prejuízos comerciais. Enquanto no Senado a Comissão de Relações Exteriores foi instalada sem polêmicas, na Câmara a possível nomeação de Eduardo Bolsonaro segue gerando controvérsias e questionamentos sobre sua idoneidade para o cargo.