Ministra do Superior Tribunal Militar toma posse com discurso feminista e em defesa da democracia: ‘Vamos sorrir’
Maria Elizabeth Rocha, a nova presidente do Superior Tribunal Militar (STM), tomou posse recentemente com um forte discurso sobre feminismo, igualdade de gênero e defesa do Estado Democrático de Direito. Como a primeira mulher a ocupar o cargo na história da corte, ela reafirmou seu compromisso com a transparência, o reconhecimento identitário e a democracia como pilares fundamentais de sua gestão. Destacou que, apesar dos avanços legais das últimas décadas, as mulheres ainda enfrentam grandes desafios para conquistar espaços de poder.
Durante seu discurso, a ministra declarou: “Sou feminista e me orgulho de ser mulher! Peço licença poética a Milton Nascimento e Lô Borges para dizer: ‘porque se chamavam mulheres, também se chamavam sonhos, e sonhos não envelhecem!’”. Ela enfatizou a importância da luta das mulheres por direitos e por mais representatividade nas instituições públicas. Ao concluir sua fala, Maria Elizabeth Rocha utilizou a expressão “Vamos sorrir”, associada ao filme brasileiro vencedor do Oscar, “Ainda Estou Aqui”, sem mencionar diretamente a obra.
A ministra fez uma crítica à desigualdade de gênero no Brasil, citando o Índice Global de Disparidade de Gênero, no qual o país ocupa a 70ª posição no ranking mundial. Ela ressaltou que o Brasil ainda enfrenta desafios relacionados a discriminações e preconceitos, herdados de uma estrutura patriarcal. Apesar dos progressos legais, as mulheres continuam enfrentando obstáculos significativos para alcançar posições de destaque, especialmente no Judiciário.
Maria Elizabeth Rocha defendeu a necessidade de implementar políticas públicas e ações afirmativas para reduzir a disparidade de gênero, enfatizando que o feminismo está intrinsecamente ligado à busca por justiça social e inclusão. Além disso, a ministra destacou seu compromisso com a defesa do Estado Democrático de Direito e o papel das Forças Armadas na proteção da soberania nacional, ressaltando a importância da hierarquia e disciplina nas instituições militares.
A nova presidente do Superior Tribunal Militar também destacou a importância de apoiar minorias e combater a discriminação, incluindo grupos historicamente marginalizados. Ela ressaltou que a luta por igualdade não se limita apenas às mulheres cisgênero e heterossexuais, mas deve abranger todos que enfrentam exclusão e preconceito. Maria Elizabeth Rocha expressou gratidão à sua família, amigos e colegas da magistratura, além de homenagear o presidente Lula pela sua indicação para o tribunal.
Por fim, a ministra reafirmou seu compromisso com uma gestão pautada em transparência, reconhecimento identitário e defesa do Estado Democrático de Direito. Seu objetivo é abrir mais espaços para a diversidade no Judiciário, garantir igualdade de oportunidades e combater qualquer forma de discriminação e opressão. “Quando sonhamos juntas, fazemos História. E hoje, nós, mulheres, estamos fazendo!”, concluiu Maria Elizabeth Rocha.