O incêndio que atingiu o terreiro de candomblé Ile Oya Osun Nide, em Nova Iguaçu, chocou a comunidade religiosa e levantou suspeitas de intolerância religiosa e racismo. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) está investigando o caso, que ocorreu no último domingo. Neila de Oya, líder espiritual da casa, recebeu a notícia do incêndio por meio de vizinhos e acionou imediatamente o Corpo de Bombeiros para controlar as chamas. A investigação policial já está em andamento para apurar as circunstâncias do crime.
Segundo Neila, os indícios apontam para um ato premeditado de intolerância religiosa. A fiação do local estava intacta e foram identificados três focos de incêndio, o que sugere uma ação deliberada para destruir o espaço utilizado para cultos religiosos. A yalorixá ressaltou que nada foi roubado, indicando que o objetivo principal era prejudicar a prática da religião de matriz africana. Apesar de ter perdido praticamente tudo no incêndio, Neila destaca que a fé permanece inabalável.
Os danos causados pelo fogo foram extensos, destruindo grande parte do terreiro que estava em fase avançada de construção. A comunidade religiosa, em um apelo por solidariedade, pede apoio para a reconstrução do espaço sagrado. A vereadora Benny Briolly, de Niterói, denunciou o ocorrido nas redes sociais e ressaltou que casos como este refletem uma série de violações de direitos humanos direcionadas às religiões de matriz africana no estado do Rio de Janeiro.
O apoio da sociedade civil se faz necessário para que o terreiro seja reconstruído e as práticas religiosas possam continuar sendo realizadas com respeito e dignidade. A líder religiosa enfatiza a importância de preservar a cultura, as raízes e as tradições afro-brasileiras contra atos de intolerância e discriminação. A solidariedade manifestada em momentos de crise pode ser fundamental para fortalecer a resistência e a perseverança da comunidade atingida pelo incêndio.
É fundamental que casos como esse recebam a devida atenção das autoridades competentes e que sejam investigados com rigor para garantir a punição dos responsáveis. A liberdade religiosa e a diversidade cultural devem ser protegidas e respeitadas em uma sociedade democrática e plural, onde a convivência pacífica entre diferentes crenças e práticas é essencial para a construção de um ambiente harmonioso e inclusivo. A luta contra a intolerância deve ser uma pauta constante em prol da promoção da igualdade e do respeito à diversidade.