Chefe do tráfico da Maré fazia procedimentos estéticos para despistar polícia: ’61 anos e nunca foi preso’, diz secretário
Luís Carlos Lomba, conhecido como Chocolate, atuava em ‘home office’ e fazia avaliação, aprovação ou reprovação da qualidade da cocaína. Cartaz de procurado com foto antiga de ‘Chocolate’; à direita, ele preso após harmonização facial — Foto: Reprodução
Luís Carlos Lomba, o Chocolate, foi um dos mais de 600 presos nesta quinta (13) em megaoperação policial contra foragidos. De acordo com o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, foi a primeira prisão do bandido de 61 anos, que atuava junto ao tráfico de drogas desde a juventude.
“Ele nunca havia sido preso, um criminoso de 60 anos de idade, com mais de 80 inquéritos instaurados contra ele. Um criminoso antigo e que a polícia estava há muitos anos procurando”, disse o secretário.
Em entrevista no fim da tarde de quinta, o secretário afirmou que, para continuar despistando a polícia, Luís estava realizando procedimentos estéticos: harmonização facial, implante de cabelo e barba. O homem também passou a usar óculos.
“Colocou cabelo porque ele era careca. Enfim, para passar despercebido”, disse Curi.
ATUAÇÃO A 300 KM DA MARÉ
Recentemente, Chocolate operava o esquema em modelo home-office – dava ordens para a facção no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, enquanto morava em Itaperuna, no Norte Fluminense – a 300 quilômetros de distância.
Ele é apontado pela polícia como um dos três maiores criminosos do Terceiro Comando Puro no complexo de favelas. Curi afirma que Chocolate operava como químico multiplicando a quantidade de cocaína que a facção vende.
“Ele tinha um conhecimento que poucos tem dentro do tráfico. Ele pegava um quilo de cocaína e transformava em 6, 7 quilos. Ele ganhava cerca de R$ 1 mil por quilo e a quantidade de droga que é comercializada ali na Maré é muito grande”, afirma Curi.
Segundo o secretário, Chocolate treinou um outro criminoso, conhecido como Orelha, para fazer a mesma função.
“Ele treinou e foi administrar a parte dele na facção lá do Norte Fluminense, como se fosse home-office”, afirma o secretário.
Contra Chocolate, havia um mandado de prisão expedido pela Justiça em 2024, pelos crimes de associação criminosa e roubo. Chocolate foi preso durante a Operação Espoliador, que busca capturar foragidos por roubo, latrocínio e receptação.
EQUIPES DA POLÍCIA ATACADAS E VIATURA DENTRO DO VALÃO
Uma equipe da Delegacia do Consumidor (Decon) que tentava cumprir mandados de prisão na Comunidade Teixeiras, na Taquara, Zona Oeste, foi atacada a tiros.
O motorista de uma das três viaturas que seguiam para a favela perdeu o controle da direção e caiu em um valão.
Por conta do confronto, os agentes da Decon pediram apoio e o Grupo de Ações Táticas Especiais (GAT) do 18º BPM (Jacarepaguá). Viatura da Polícia Civil caiu dentro do valão — Foto: Reprodução
Polícia Civil do RJ prende foragidos por roubo, latrocínio e receptação