Governos do Brasil e dos EUA discutem tarifas de Trump nesta sexta (14)
Planalto mantém postura pró-diálogo e evita falar em retaliação após republicano impor taxas de 25% sobre importações de alumínio e aço
Representantes dos governos do Brasil e dos Estados Unidos se reúnem na manhã desta sexta-feira (14), em Brasília, para discutirem as tarifas de 25% impostas por Donald Trump às importações de aço e alumínio.
A equipe do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), irá representar o Brasil. A discussão, porém, não contará com a presença do vice. O Brasil é hoje o segundo maior fornecedor de aço e ferro dos EUA, perdendo apenas para seu vizinho, o Canadá. Em 2024, os norte-americanos compraram US$ 4,677 bilhões em produtos brasileiros do conjunto de itens metálicos.
Na virada de terça-feira (11) para quarta (12), o presidente dos EUA, Donald Trump, colocou em vigor uma taxa de 25% sobre a entrada dos metais no país. Nesta quinta-feira (13), o republicano disse que não iria ceder.
Em nota, o governo brasileiro classificou a medida como “injustificável e equivocada”, e afirmou que deve acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, o Executivo ressaltou que vai continuar buscando, junto do setor privado, medidas para defender os interesses nacionais.
Após a barreira comercial ter sido levantada, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve tomar uma decisão de como lidar com Trump após a reunião desta sexta. O governo defende a adoção de uma postura fria e cautelosa em relação à política comercial do republicano.
O setor privado brasileiro também buscou se posicionar frente à tarifa do aço e do alumínio. O Instituto Aço Brasil diz apostar no diálogo para reverter a taxa — assim como foi feito em 2018, quando Trump, em seu primeiro mandato, também havia levantado restrições às compras da liga metálica. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) vê como prejudicial a uma “parceria histórica” a tarifa, e aponta para uma “total falta de percepção” dos EUA sobre a relação que possui com o Brasil.