Monique Elias cria personagem para desviar R$ 122 milhões: reação e desvio de empresário Este título possui 67 caracteres.

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Monique Elias, indiciada por desvio de R$ 120 milhões, usou próprio computador
para criar personagem e manipular empresário

A investigação da polícia do Rio apontou que dois e-mails da suposta amiga de
Serpa, Jéssica Ferrer, eram ligados a um número de celular que pertencia a
Monique. O caso foi revelado pelo Fantástico.

Itamar Serpa e Monique Elias juntos em foto; investigação mostrou
histórias de manipulação e desvio de mais de R$ 122 milhões — Foto:
Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil do Rio descobriu que Monique Elias, ex-mulher de Itamar Serpa
Fernandes, fundador da Embelleze, usou o computador pessoal para criar uma
personagem que falava com Serpa por e-mail.

Através de uma personagem, que se apresentava como Jéssica Ferrer, ela manipulou
o testamento do empresário e desviou R$ 122 milhões do patrimônio de Itamar com
a ajuda de comparsas. O caso foi revelado pelo Fantástico no domingo (16).

Monique e Itamar se conheceram em 2012 e ela passou a morar com ele. Ela levou
junto João, filho que teve com outro homem e que foi adotado pelo empresário.
Dois anos depois, Monique engravidou e o casal teve gêmeos.

Falsa amizade virtual e desvio milionário: a trama contra o dono de império da
beleza

De acordo com a polícia, ela teria passado mais de dez anos, de 2012 a 2023,
manipulando Itamar Serpa. No período final, ela contou com ajuda do filho dela,
João Carlos Tavares da Mata Serpa, e de Matheus Palheiras, com quem estava
casada até o início deste ano.

De acordo com a polícia, Monique, Matheus e João ajudaram a desviar o dinheiro
de Itamar por meio de transferências bancárias, compra e venda de imóveis,
alteração na apólice de seguros e fraude no testamento de Serpa. Entre os itens
transferidos para Monique, estava uma casa na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do
Rio.

No total, de acordo com a polícia, Monique, Matheus e João desviaram R$
122 milhões de Itamar — Foto: Reprodução/TV Globo

Matheus passou a se relacionar com Monique em 2020 e se beneficiou diretamente
com as transferências feitas pelos participantes do esquema. Ele mantinha contas
bancárias e telefones compartilhados com Monique, e uma linha de telefone usada
por ele era utilizada para recuperação das contas falsas de e-mail.

João Carlos, por sua vez, era utilizado por Monique para vigiar os passos de
Itamar depois da separação do casal. Ele tinha acesso direto à conta da vítima,
segundo as investigações, e fez transferências para beneficiar Monique e Matheus
quando Itamar estava internado, inclusive no dia em que ele morreu.

Os três foram indiciados pelo crime de estelionato, furto mediante fraude e por
associação criminosa — e também são investigados por suspeita de lavagem de
dinheiro.

E-MAILS LIGADOS AO TELEFONE DE MONIQUE

A investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco)
apontou que dois e-mails da suposta amiga de Serpa, Jéssica Ferrer, eram ligados
a um número de celular que pertencia a Monique. O número é inclusive citado por
Monique como seu contato oficial em um registro de ocorrência.

Em e-mail, Jéssica Ferrer afirma que precisa contar verdades importantes para o
empresário — Foto: Reprodução/TV Globo

Nos e-mails, a personagem Jéssica Ferrer alertava Serpa sobre supostas intrigas
contra ele, se utilizando de informações verdadeiras, com o objetivo de
manipular o magnata da beleza.

“Ninguém no seu ambiente de trabalho é de sua inteira confiança”, diz o trecho
de um e-mail.

A comunicação eletrônica criou uma teia de intrigas, afastando Itamar dos filhos
e dos amigos, e influenciando o empresário em decisões financeiras e também na
vida pessoal.

De acordo com o relatório final da investigação, Serpa só se divorciou
oficialmente de sua ex-mulher, Josefina, após as conversas com Jéssica Ferrer,
personagem criada por Monique. As mensagens, segundo a polícia, “reforçavam a
necessidade de Itamar se afastar definitivamente de sua ex-esposa e da
influência de terceiros”.

DEPOIMENTOS REFORÇAM CONTROLE

Depoimentos dos filhos e funcionários de Itamar Serpa reforçam a narrativa de
manipulação e controle de Monique, fosse utilizando a personagem Jéssica, fosse
na convivência com outros familiares do ex-marido.

Os filhos de Serpa, por exemplo, disseram que encontraram, nos e-mails,
acusações infundadas contra familiares dele, e que Monique, através de Jéssica,
o influenciava a transferir bens para ela e Matheus.

Familiares contaram à polícia que Monique se tornou beneficiária exclusiva do
seguro de vida do empresário, e que ela chegou a drogá-lo com remédios para
dormir.

Funcionários também alegaram que Monique controlava rigorosamente o acesso de
outras pessoas a Itamar, e um deles disse que viu Itamar sonolento e debilitado,
o que reforçaria a hipótese que Monique o estivesse drogando.

RESPOSTAS DOS ENVOLVIDOS

Em nota, Monique Elias lamenta que “mais uma vez, uma mulher honesta, que
construiu família e tem três filhos do falecido, esteja sendo vítima de uma
campanha para assassinar a sua reputação e ceifar a sua dignidade, antes do
devido processo legal” que conduzirá a Justiça Brasileira a dizer não mais uma
vez para a misoginia, o etarismo e tantos preconceitos sofridos pelas mulheres
de todo o Brasil, fazendo com que a verdade prevaleça.

O Fantástico e a TV Globo tentaram contato com a defesa de Matheus e João, mas
não obteve retorno.

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