Filho de idoso morto por voadora processa agressor por danos morais

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Filho de idoso que morreu após levar voadora processa agressor por danos morais

Tiago Gomes de Souza está preso pela agressão que resultou na morte de Cesar
Torresi. O filho da vítima quer uma indenização 40 salários mínimos.

Cesar Torresi morreu após levar ‘voadora’ na altura do peito em Santos (SP) — Foto: Arquivo Pessoal e Reprodução/Redes Sociais

O filho de Cesar Fine Torresi, o idoso que morreu aos 77 anos após levar uma voadora em Santos, no litoral de São Paulo, entrou com uma ação por danos morais contra o agressor Tiago Gomes de Souza, atualmente preso, cobrando 40 salários mínimos, o equivalente a R$ 60.360. O advogado de Souza solicitou a suspensão da ação civil até o julgamento do processo criminal.

O caso aconteceu na Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, em junho de 2024. Segundo o boletim de ocorrência, o neto de Cesar, de 11 anos, relatou que atravessava a via entre os carros com o avô porque o trânsito estava parado. Então, Tiago freou bruscamente o carro e o idoso se apoiou no capô, momento em que o agressor golpeou Cesar.

Segundo a família, o idoso caiu de costas no chão após levar a voadora de Tiago, batendo a cabeça e sofrendo um traumatismo craniano. Ele foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi intubado, mas teve três paradas cardíacas e não resistiu. Tiago foi preso e encaminhado à Penitenciária Tremembé II em função do ocorrido.

Na ação, ajuizada no fim de 2024, os advogados de Bruno Cesar Fine Torresi, filho da vítima, alegaram que a atitude de Tiago, denunciado pelo Ministério Público, gerou “sofrimento profundo a si e a sua família”. Ao DE, o filho da vítima afirmou que a perda é irreparável, mas busca Justiça na esfera criminal e cível para que outras famílias não passem pela mesma situação.

O advogado Marcelo Americano, que representa Tiago na esfera cível, afirmou ao DE que a sentença de pronúncia em desfavor do cliente já saiu. Desta forma, a Justiça determinou que ele será julgado pelo tribunal do júri. Apesar disso, Eugênio Malavasi, o advogado de Tiago na área criminal, recorreu. O advogado complementou: “Que o Tiago contribuiu para o evento morte é certo, só não sabemos se na esfera criminal vai ser condenado na forma dolosa [quando há intenção], culposa [quando não há intenção] ou na lesão corporal. Nós estamos postulando que se aguarde a tramitação por lá”.

De acordo com o boletim de ocorrência, a criança relatou ao pai — filho da vítima — que ela e o avô atravessavam a Rua Pirajá da Silva entre os carros porque o trânsito estava parado. De repente, segundo o menino, um carro avançou na direção deles, freou bruscamente e o idoso se apoiou no capô sem causar danos. No momento em que a vítima e o neto terminaram de atravessar, o motorista foi até eles a pé e deu a voadora, um chute no peito do homem. O Polícia Militar foi acionada e, ao chegar no local, viu que o idoso era atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vítima estava desacordada e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi intubada, teve três paradas cardíacas e não resistiu. O episódio gerou revolta e motivou discussões de pessoas que passavam pelo local. O suspeito correu para um estabelecimento comercial, mas foi localizado pela PM e preso.

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