Viagem de brasileiro por 15 países com Uno que virou motorhome é retratada em documentário: ‘olha onde a gente chegou’
Aventura foi saída encontrada por Luiz Torelli para vencer depressão, após perda da avó e cirurgia de risco. Depois dela, veio tour pela Europa e, agora, Alasca e Ushuaia estão no radar.
Documentário mostra história de brasileiro que cruzou as Américas e Europa de Uno.
Há três anos, após perder a avó, passar por uma cirurgia de risco e entrar em depressão, um morador de Nova Odessa, no interior de São Paulo, decidiu enfrentar tudo isso durante uma aventura ousada.
Luiz Torelli começou cortando uma chapa de madeira para criar uma cama e um baú em seu Fiat Uno ano 2002 e, pouco tempo depois, estava criado o motorhome “Sandro”, com direito a eletrodomésticos, para sair em viagem pelas Américas.
No trajeto, por 15 países, em um total de 60 mil quilômetros, teve de enfrentar a solidão, falta de ar na altitude e até riscos em uma área ameaçada por traficantes. Mas, seis meses depois, chegou a Nova York, nos Estados Unidos, um destino que sonhava em visitar desde a adolescência.
Com a façanha realizada, veio a fama. Passou dos 19 mil para 693 mil seguidores em sua página @um.a.uno nas redes sociais. E também vieram novos desafios. Um ano depois, o destino foi a Europa, onde também cruzou diversos países, passando por cartões postais como a Torre Eiffel.
Uma história real que parece filme, e que, agora, se tornou um filme. Na próxima sexta-feira (21), ocorre o lançamento do documentário “Meu Amigo Sandro, o filme”, sobre a jornada de Luiz e seu Uno. O longa é dirigido por Dario Honório.
Ele conta que o filme traz tanto os momentos de maior dificuldade e medo quanto os momentos de alegria e paisagens paradisíacas por onde passou.
O principal desafio foi o estar sozinho. A gente, na maioria das vezes, na rotina do dia a dia, não olha muito pra gente, estamos preocupados sempre com a família, com a grana, com a conta que vai vencer. E estar comigo mesmo me ensinou muitas coisas que eu nunca tinha sentido, alguns monstros adormecidos, mas também bons momentos de autoconhecimento.
Em Tampico, no México, ele teve uma crise de ansiedade que o deixou parado por cinco dias e o levou a um hospital. “Eu tive uma crise muito aguda, muito forte. Foi uma explosão de tudo o que vinha sentindo. Consegui controlar e é isso, mas faz parte. Sozinho, você está sujeito a essas coisas também”.