Homem que matou idosa encontrada em banheira em Itajubá é condenado a mais de 34 anos de prisão
Corpo de Vera Lúcia Ribeiro Gomes, de 71 anos, tinha manchas na face. Laudo apontou morte por asfixia. Réu levou joias e cartões bancários da vítima.
Polícia Civil de Itajubá conclui investigações sobre idosa encontrada morta [https://s04.video.glbimg.com/x240/12745339.jpg]
Diário do Estado conclui investigações sobre idosa encontrada morta
O homem acusado de matar a idosa Vera Lúcia Ribeiro, de 71 anos, foi condenado a 34 anos, seis meses e dois dias de prisão em regime fechado. A decisão partiu da 2ª Vara Criminal de Itajubá (MG) [https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/cidade/itajuba/] em 13 de março por latrocínio.
Ele respondeu pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e fraude processual.
O crime aconteceu em 10 de maio de 2024. De acordo com o processo, Luiz Gustavo Antão, que tinha 23 anos na época do crime, frequentava a mesma igreja que a vítima, o Santuário Nossa Senhora da Agonia, onde era acólito (assistente das missas).
Ele se aproximou da vítima com a desculpa de ajudá-la a vender um carro no valor de R$ 170 mil e, em um momento de distração da idosa, pegou uma imagem religiosa e a golpeou na cabeça. Em seguida, ele a esganou e a colocou em uma banheira e a cobriu com água. Ele ainda jogou o celular dela dentro da banheira para simular um afogamento.
Segundo a polícia, ele roubou joias, relógios e cartões bancários e uma imagem de Nossa Senhora.
O corpo de Vera foi encontrado dois dias após o crime. Conforme a Polícia Civil, o laudo da morte apontou asfixia.
Segundo o registro policial, o fogão da cozinha do imóvel estava com o fogo aceso e havia uma panela com conteúdo queimado dentro, em uma suposta tentativa de causar um incêndio.
Ainda de acordo com o processo, o réu chegou a participar da missa de corpo presente da vítima. Pouco tempo depois começou a realizar gastos utilizando o cartão da idosa. Ele ainda chegou a voltar a casa da idosa para levar o veículo, mas foi impedido pelo porteiro e acabou preso.
Na sentença, o juiz Felipe Manzanares Tonon, classificou o comportamento do réu de “repugnante”.
“Ele montou uma cena de crime. Ele limpou e fez a assepsia de todo ambiente. Simulou inclusive com o porteiro do imóvel, que foi presenteado com imagem religiosa por parte da vítima, de forma a não despertar nenhum tipo de suspeita”, informou o delegado Mario Roberto Rodrigues.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o acusado já apresentou pedido de apelação contra a decisão.
INVESTIGAÇÕES
O corpo de Vera Lúcia Ribeiro foi encontrado na banheira da sua casa, no dia 12 de maio de 2024, com uma ferida no braço e manchas na face.
De acordo com o registro policial, o porteiro do prédio informou que, na noite anterior, uma pessoa teria ido até o apartamento entre 22h50 e 23h30, e depois saiu carregando uma estátua de santo.
Em 29 de maio, Antão foi preso temporariamente. O caso foi investigado em sigilo e o inquérito, concluído em julho de 2024, o apontou como principal suspeito. Dessa forma a prisão foi convertida para preventiva e ele segue detido desde então.
As investigações apontaram que vítima e suspeito se conheceram por meio de uma instituição religiosa. Segundo a polícia, o homem teria aproveitado da condição de líder de acólitos para estabelecer laços com a idosa que trabalhava no mesmo local.
O plano foi arquitetado pelo homem dias antes do crime e, conforme a polícia, a intenção era subtrair o carro que ela pretendia vender. O investigado havia aproveitado o fato para ir até o apartamento da vítima, alegando conhecer um possível comprador.
Vera Lúcia foi vista pela última vez no dia 10 de maio após chegar no apartamento dela. Na mesma noite, o homem esteve no local, onde a golpeou e a asfixiou na banheira.