Policial suspeito de agredir oficial de justiça no Dia da Mulher vira réu
Sargento Daniel Wanderson do Nascimento é suspeito de ter agredido a oficial de justiça Maria Sueli Sobrinho no Dia Internacional da Mulher.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) tornou réu o sargento da Polícia Militar Daniel Wanderson Nascimento, de 49 anos, suspeito de agredir a oficial de justiça Maria Sueli Sobrinho, de 48 anos. A vítima foi atacada com uma cabeçada no rosto no último dia 8 — Dia Internacional da Mulher.
A decisão é da 1ª Vara Criminal, da Infância e da Juventude e de Cartas Precatórias Criminais da Comarca de Ibirité, publicada nesta quinta-feira (20). A defesa do réu tem até 10 dias para responder a acusação de “lesão cometida em razão da condição de mulher”.
Maria Sueli Sobrinho estava trabalhando quando foi agredida. Ela relatou que, enquanto tentava entregar uma intimação a um homem de 27 anos, o policial militar a atacou. O jovem que foi intimado é enteado do suspeito.
Em nota, os advogados do policial defenderam a presunção de inocência, alegando que, “até o momento, o que se tem são apenas ilações e a versão isolada da pretensa vítima.
A defesa disse, também, que “diversos civis presenciaram a ocorrência”, mas que nenhum ainda foi ouvido pela polícia. Além disso, ressalta que o major envolvido é marido da vítima e que “não estava designado para aquela função e agiu, ativamente, de forma arbitrária e pessoal”.
Por fim, destaca que o sargento é “um profissional honrado, sem qualquer registro de transgressão administrativa ou criminal” durante os mais de 30 anos de polícia.
De acordo com o registro da vítima na Polícia Militar, por volta de 17h40 ela procurou pela casa do intimado, mas não encontrou a numeração. Ela perguntou aos vizinhos se alguém conhecia o homem quando foi avisada sobre o tal endereço onde mora.
Ao se aproximar da residência, viu um carro parado com três ocupantes: uma mulher no banco do motorista, o suspeito no banco passageiro e o intimado no banco de trás. Ao perguntar se conheciam o intimado, o policial se apresentou dizendo que era ele, e pegou os papéis com a oficial de justiça.
Ainda segundo o registro policial com os relatos da vítima, o militar saiu do veículo descontrolado e partiu para cima de Sueli. Enquanto brigava por ter sido orientado, ele duvidou que a mulher era, de fato, uma oficial de justiça.
Os policiais que atenderam Sueli a encontraram na rua com o rosto ensanguentado. Os militares entraram na casa do suspeito e localizaram seu enteado, que seria intimado pela oficial, com uma pá em uma das mãos para intimidar a ação policial.
Em nota, a Polícia Militar informou que o policial foi preso em flagrante, e que “todas as providências, tanto de Polícia Judiciária quanto de Polícia Judiciária Militar, foram adotadas pela corporação”. O caso é acompanhado pela Corregedoria da PM.