Investigadores da Polícia Federal destacam que provas colhidas são até mais fortes do que a delação de Mauro Cid, questionada por defesa
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal está julgando a denúncia sobre Bolsonaro e seus aliados, em um caso que tem gerado grande repercussão. Os advogados de defesa dos denunciados no inquérito do golpe tentaram anular a delação de Mauro Cid, porém, os investigadores da Polícia Federal apontam que as provas coletadas são ainda mais contundentes do que o conteúdo da colaboração do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A tentativa de anulação da delação foi recusada de forma unânime, mas o ministro Luiz Fux se reservou o direito de analisar o caso mais adiante, durante a fase de ação penal, devido às idas e vindas de Mauro Cid. O STF está avaliando se Bolsonaro se tornará réu por tentativa de golpe de estado, em um processo que tem tomado os holofotes da mídia e da opinião pública.
Na avaliação dos investigadores da Polícia Federal, os advogados estão tentando desconsiderar todo o conjunto probatório para focar exclusivamente na delação de Mauro Cid. Eles também rebatem a afirmação do advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, de que o tenente-coronel apenas corroborou teses da Polícia Federal na fase final da investigação.
A equipe da PF defende que Mauro Cid confirmou as provas colhidas pela investigação, sendo obrigado a abordar temas sobre os quais não havia falado anteriormente. A controvérsia em torno da delação de Mauro Cid ganhou destaque, especialmente quando a PF o acusou de omitir informações cruciais, como o envolvimento do general Braga Netto no planejamento da tentativa de golpe.
O julgamento continua sendo o centro das atenções nesta quarta-feira, após a rejeição de todos os recursos dos advogados de defesa dos oito denunciados no núcleo crucial. A votação para decidir se os ministros acolherão ou não a denúncia está programada para hoje, gerando grande expectativa quanto ao desfecho do caso.
A expectativa é de uma votação unânime para transformar todos os oito denunciados em réus, conforme evidenciado nos discursos dos advogados após a sessão de ontem. O ex-presidente Jair Bolsonaro também marcou presença no julgamento, sendo confrontado por ministros a respeito de suas ações e posturas no caso do suposto golpe de estado.
O ministro Alexandre de Moraes refutou publicamente a narrativa de que o STF estaria condenando injustamente pessoas, destacando as penas rigorosas aplicadas aos responsáveis pelos atos golpistas. Com base em dados apresentados, Moraes mostrou que a maioria dos condenados são homens com menos de 70 anos, reforçando a seriedade do julgamento em curso.
Em meio a uma atmosfera de tensão e expectativa, o desfecho do julgamento sobre a tentativa de golpe de estado no país permanece incerto. Porém, a determinação dos ministros em seguir com o processo e garantir a punição dos envolvidos promete trazer justiça para a sociedade brasileira diante de um episódio tão grave. Acompanhe as atualizações deste caso que tem impactado a política e o judiciário nacional.