PF liga faz-tudo do PCC à empresa de petróleo e fazenda de R$ 25 mi
Investigação da PF sobre tráfico internacional de drogas cita negócios de
Willian Agati, o concierge do PCC, e doleiro
A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre uma organização criminosa que atuava no tráfico internacional de cocaína mostra detalhes da relação entre Willian Agati, o concierge do PCC (foto em destaque), e Tharek Mourad, apontado como doleiro no esquema.
Segundo a PF, ambos compraram juntos um sítio no interior de São Paulo por R$ 25 milhões e fizeram um aporte milionário em uma empresa de óleo e gás nos Emirados Árabes.
As informações obtidas pela corporação no âmbito da operação Mafiusi vieram de um dos celulares apreendido com Tharek. Ele foi preso na última sexta-feira (28/3). De acordo com a PF, foi identificado um CNPJ adquirido por Tharek e Agati para operacionalizar investimentos no setor de petróleo no país do oriente médio. O fundo de investimentos em nome do CNPJ, diz a PF, foi usado para movimentar US$ 2 milhões.
O montante, diz a PF, é referente ao aporte financeiro realizado em uma empresa do setor de óleo e gás e “em plena operação nos Emirados Árabes”. Tal operação foi constatada por meio de uma conversas de WhatsApp entre Agati e Tharek. Segundo a corporação, em 16 de maio de 2023, Agati enviou a Tharek uma cópia do contrato que formalizava o investimento que eles fizeram nos Emirados Árabes.
Também foram encontradas mensagens sobre a constituição da empresa com sede em Dubai. Segundo a PF, as mensagens e documentos indicam que a empresa tinha o objetivo de importar combustíveis dos Emirados Árabes para o Brasil, na expectativa de obter “vultosos” lucros com o investimento. “Nestas comunicações é possível visualizar o protagonismo de Tharek como operador financeiro e responsável pela administração, gestão e movimentação dos recursos financeiros multimilionários que possuem no exterior”, diz trecho do documento.
SÍTIO DE R$ 25 MILHÕES
A análise dos dados contidos no celular de Tharek também levantaram indícios sobre a compra de uma chácara por R$ 25 milhões por meio da uma empresa Sta Edwiges Spe LTDA, que ainda não havia sido identificada pela investigação. Segundo mensagens trocadas por Tharek e Agati, o primeiro a visitar a propriedade, localizada em Indaiatuba (SP), foi Agati. “Achei NOSSA propriedade irmão”, afirmou em 22 de outubro de 2022. A conversa segue entre os dois com troca de mensagens e fotos da chácara. “Vamos comprar esquece”, disse Agati.
Dias depois, em meados de novembro, Agati envia para Tharek uma foto com as divisões do pagamento da casa. Segundo a investigação, o dinheiro para a aquisição do imóvel veio, provavelmente, do tráfico internacional de drogas. “A análise dos dados extraídos do referido celular não só confirma tudo o que havia sido apurado nesta investigação quanto a sua atuação como doleiro e operador financeiro da Orcrim investigada, como também que associou-se diretamente a Willian Barile Agati em várias operações suspeitas de lavagem de dinheiro, movimentação de valores em contas de passagem e dinheiro em espécie, utilização de empresas fictícias, aquisição de bens de alto valores, entre outras ações delituosas”, afirmou a corporação em representação do bloqueio de bens de investigados.