Em ato na Avenida Paulista neste domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o TSE e alegou perseguição à direita. Em seu discurso no ato pela anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste neste domingo, que tem esperança em uma ajuda internacional e na mudança da composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reverter sua inelegibilidade e poder disputar a eleição presidencial em 2026.
Bolsonaro criticou decisões tomadas pelo TSE durante as eleições de 2022, dizendo ter sido ele vítima de golpe do Judiciário para favorecer o presidente Lula, e apostou em um cenário diferente no próximo ano, quando o ministro André Mendonça — nomeado por Bolsonaro para o Supremo Tribunal Federal — irá assumir a presidência da Corte eleitoral. Mais adiante em sua fala, ele disse ter “esperança também que de fora venha algo para cá”, após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem é aliado.
“Hoje faltou um filho meu aqui, o 03, que fala inglês, fala espanhol, fala árabe, tem contato com pessoas importantes nos Estados Unidos”, disse o ex-presidente, em referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do cargo para viver nos Estados Unidos alegando perseguição do Judiciário brasileiro. Os outros filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro e o vereador de Balneário Camboriú, Jair Renan, acompanharam o pai no evento.
Sobre uma possível ajuda internacional, o ex-presidente discorreu sobre o julgamento de Filipe Martins na Justiça americana. Ele irá prestar depoimento em um tribunal da Flórida na próxima quarta-feira. O ex-assessor especial para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro foi preso preventivamente por ter participado da comitiva presidencial de 30 de dezembro de 2022, que foi aos Estados Unidos, onde Bolsonaro ficou até meados de 2023. A defesa de Martins negou a informação de que o ex-auxiliar do Planalto tenha embarcado no voo.
Martins é um dos denunciados por ter participado da trama golpista que pretendia manter Bolsonaro na Presidência após a derrota para Lula e a suposta saída do Brasil serviu de justificativa para prendê-lo, sob risco de fugir do julgamento. Sobre a ida aos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que foi a decisão que o manteve vivo. Caso contrário, diz o ex-presidente, ele seria preso ou assassinado no 8 de janeiro de 2023, no que seria o “golpe perfeito” de aliados do presidente Lula, o qual foi chamado na Paulista de “vagabundo” pelo ex-presidente, que não citou o nome do atual mandatário.
O ex-presidente ainda disse que o “ativismo judicial” persegue a direita em todo o mundo. Disse que o “law fare” foi usado para cassar a líder da direita francesa Marie Le Pen, tentar cassar o presidente americano Donald Trump e o “presidente da Romênia”, em referência ao candidato à Presidência Calin Georgescu, que foi tirado da disputa sob acusação de influência russa na campanha. Aposta na nova composição do TSE.
Réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro criticou o processo eleitoral de 2022, elencou uma série de decisões do Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições presidenciais e as classificou como a verdadeira tentativa de obstrução da ordem democrática. “Me acusam de golpe de Estado, segundo a Polícia Federal, do Alexandre de Moraes, do Fabio Schor, que começou em julho de 21 em uma live. Você começou a dar um golpe de Estado numa live. Quem deu um golpe em outubro de 2022? Quem tirou o Lula da cadeia?”, questionou Bolsonaro na Avenida Paulista.