As mulheres enfrentam uma desigualdade salarial significativa em relação aos homens no Brasil. De acordo com o Relatório de Transparência Salarial, a disparidade de remuneração é de 20,9% no setor privado do país. Mesmo com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, a diferença salarial persiste, revelando a existência de um cenário desigual entre gêneros.
No entanto, a situação se agrava ainda mais quando se analisa a remuneração das mulheres negras em comparação com homens em cargos semelhantes. Em média, as mulheres ganham R$ 3.755,01, enquanto os homens recebem R$ 4.745,53. Especificamente para mulheres negras, o salário médio diminui para R$ 2.864,39, o que evidencia uma disparidade ainda maior em relação aos homens não negros.
O relatório também aponta uma distância significativa nos salários de mulheres em cargos de direção e gerência, que recebem 73,2% da remuneração dos homens nessas posições. Além disso, profissionais do sexo feminino em ocupações de nível superior recebem apenas 68,5% do salário dos homens, enquanto as trabalhadoras de serviços administrativos ganham 79,8% em comparação com seus colegas do sexo masculino.
Apesar da desigualdade salarial persistir, houve um aumento na participação das mulheres no mercado de trabalho. De acordo com dados do relatório, o número de trabalhadoras ocupadas subiu para 44,8 milhões em 2024, um aumento significativo em relação a anos anteriores. No entanto, a subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho, Paula Montagner, destaca que a massa de rendimentos das mulheres ainda é menor em comparação aos homens, apesar do crescimento contínuo da presença feminina no mercado de trabalho.
O relatório também evidencia a importância da implementação de medidas para garantir a igualdade salarial, incluindo planos de cargos e salários, flexibilização de jornada, auxílio-creche, licença maternidade estendida, entre outros critérios. A Lei da Igualdade Salarial, sancionada em 2023, reforça esse direito e estabelece diretrizes mais rígidas para garantir a transparência, fiscalização e combate à discriminação no ambiente de trabalho.
Diante desse cenário, é fundamental que as empresas adotem medidas eficazes para promover a igualdade salarial entre homens e mulheres, além de incentivar a diversidade e inclusão no ambiente de trabalho. A luta pela equidade de gênero no mercado de trabalho é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.