Após uma série de polêmicas envolvendo decisões da arbitragem na segunda rodada do Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou, na segunda-feira, 7, que irá promover treinamentos intensivos com os árbitros e assistentes que atuam na Série A. A preparação acontece a partir de 14 de abril, no Rio de Janeiro, com atividades práticas no Clube da Aeronáutica (CAER) e no Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB).
A iniciativa integra o projeto de profissionalização da arbitragem apresentado em fevereiro pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. De acordo com a entidade, o objetivo é aprimorar a tomada de decisões, reduzir erros em campo e garantir maior sintonia entre árbitros e a tecnologia do VAR.
“Vamos reunir todos os árbitros e assistentes da Série A para realizar simulações de jogo, treinos de campo, posicionamento e uso do VAR. É uma preparação completa para evitar a repetição de equívocos”, afirmou Rodrigo Cintra, coordenador-geral da Comissão de Arbitragem da CBF.
As atividades práticas contarão com a participação de jogadores das categorias de base do futebol carioca e estrutura completa de arbitragem, incluindo suporte tecnológico. Para o coordenador do CEAB, Alício Pena Junior, a prática é essencial: “Como ex-árbitro, sei da importância do campo para aperfeiçoar corrida, posicionamento e decisões técnicas com precisão. Esse tipo de treinamento é fundamental para elevar o nível da arbitragem.”
Além da medida educativa, a CBF também decidiu pelo afastamento temporário das equipes de arbitragem que atuaram nas partidas entre Internacional x Cruzeiro e Sport x Palmeiras, ambas marcadas por lances questionados. A decisão foi embasada em parecer técnico do Comitê Consultivo de Especialistas Internacionais (CCEI), que identificou falhas graves nas duas partidas.
Segundo Rodrigo Cintra, o afastamento não deve ser visto como punição, mas como parte de um processo de requalificação. “Estamos retirando temporariamente essas equipes para que recebam nova instrução. A ideia é que, quando retornarem, estejam mais alinhadas aos protocolos atuais e melhor preparadas para conduzir os jogos com segurança e eficiência”, explicou.