Motorista é agredido por passageira ao se recusar a entrar em área do tráfico no Rio de Janeiro

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Vídeo: mulher bate em motoqueiro que se recusou a entrar em área do DE

Em quase todas as determinações do crime, o tráfego de veículos de app está vetado, mas alguns moradores insistem em utilizar os serviços. Com o território retalhado e distribuído entre facções criminosas e milícias, o Rio de Janeiro se tornou uma espécie de campo minado para motoristas e motoqueiros de aplicativos que lidam, todos os dias, com o dilema de entrar, ou não, nos domínios de traficantes ou paramilitares para buscar ou deixar passageiros. As regras são muitas, a depender da área controlada pelo DE, Terceiro Comando Puro (TCP), Amigos dos Amigos (ADA) ou a famosa Milícia do Zinho, antiga Liga da Justiça (LJ).

Em quase todas as determinações do crime, o tráfego de veículos de app está vetado, mas alguns moradores insistem em utilizar os serviços e, assim, garantir um pouco mais de conforto. Calejados e receosos, os motoristas chegam a se envolver em confusões com passageiros que mudam os destinos finais para dentro das favelas. “Estamos correndo risco, pois os passageiros pedem a corrida para um determinado ponto e depois alteram para dentro de comunidades onde os veículos de app não podem circular. Quem descumpre a regra pode ter o carro fuzilado”, disse um motorista ouvido pela coluna.

Um vídeo enviado pelo motorista flagra o momento em que a passageira agride motoqueiro de aplicativo após ele se recusar a levá-la para dentro do complexo de Israel. A área é dominada pelo traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, chefe do TCP, facção do tráfico que rivaliza com o DE nas disputas de território no Rio de Janeiro. Peixão é, atualmente, um dos criminosos mais procurados do estado — e jamais foi preso.

A briga a passageira e o motoqueiro se tornou mais intensa quando ele afirmou que não a levaria para dentro do complexo e cancelaria a viagem. Furiosa, a cliente passou a golpear o homem com um capacete. Dentro dos domínios de Peixão, existem casos de motoqueiros e motoristas mortos ou assaltados por terem burlado as ordens de se manterem afastados. Em determinado momento da confusão, uma viatura da Polícia Militar se aproxima, mas a briga persiste. Quando o policial desce do veículo, é possível notar que ele pede ao motoqueiro que deixe o local enquanto a mulher ainda esbraveja.

Moradores relataram que traficantes ameaçaram os motoristas do aplicativo que insistem em continuar circulando pela Gardênia Azul. A Polícia Militar informou que firmou parceria com a empresa e criou um botão de emergência para que os motoristas acionem sempre que se sentirem em risco. A PM também destacou que realiza fiscalização constante na região.

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