Guerra contra o CV: polícia enfrenta facção que dizia dominar cidade
Integrantes do CV, segundo a investigação, vinham tentando instaurar o medo na
população com pichações como forma de declarar domínio
A Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT) [https://www.pjc.mt.gov.br/inicio] deu uma
demonstração da força do Estado ao deflagrar, nesta terça-feira (8/4), a
Operação Choque de Ordem III, em Alto Araguaia, cidade que vinha sendo alvo da
ousadia de criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV). Integrantes da facção,
segundo a investigação, vinham tentando instaurar o medo na população com
pichações em muros de residências, prédios públicos e monumentos, como forma de
declarar um suposto domínio territorial.
Ao todo, 40 policiais civis, 12 viaturas e apoio da Polícia Penal foram
mobilizados para cumprir 16 ordens judiciais de busca, apreensão e quebra de
sigilo de dados contra os principais nomes do grupo criminoso na região. Os
alvos são investigados por tráfico de drogas, associação criminosa e atos de
vandalismo — com destaque para as pichações feitas com tinta spray vermelha e
preta, cores que remetem à facção.
A operação faz parte do programa Tolerância Zero, do Governo de Mato Grosso, e
integra o esforço estratégico da Polícia Civil dentro da Operação Inter Partes, que visa sufocar o avanço das facções no estado. Em Alto Araguaia, as investigações apontaram que, há cerca de dois meses, criminosos ordenaram uma série de pichações para marcar território e amedrontar os moradores.
“Esses atos não foram simples vandalismos. Eles fazem parte de uma tática de
intimidação e tentativa de controle social por parte da facção. Mas a
criminalidade não irá sobrepor às forças de segurança do Estado”, afirmou o
delegado Marcos Paulo, responsável pelo inquérito.
Além da repressão aos criminosos, a operação também teve um viés de recuperação
urbana e simbólica: mais de 30 pontos da cidade foram repintados, apagando as
marcas do terror. Reeducandos da Cadeia Pública local participaram da limpeza das pichações, em parceria com o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), que
forneceu os materiais necessários.
O trabalho, segundo as autoridades, será contínuo. “Vamos seguir com ações para
cobrir novas pichações e responsabilizar os envolvidos. A população pode ter
certeza: quem tentar viver à margem da lei, encontrará uma polícia preparada
para enfrentá-los”, concluiu o delegado.
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