Wall Street afunda diante de incerteza sobre tarifas e acordos econômicos

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Wall Street afunda sem esperanças de atraso no prazo das tarifas ou acordos

Índice que agrupa 500 ativos da bolsa de NY fechou abaixo dos 5 mil pontos pela
primeira vez em quase um ano

O S&P 500 fechou abaixo de 5.000 pontos pela primeira vez em quase um ano,
depois da sessão volátil desta terça-feira (8) e de uma forte recuperação pela
manhã, com as esperanças dos investidores se esvaindo em relação a quaisquer
atrasos ou concessões iminentes dos EUA em relação às tarifas, antes do prazo
final de meia-noite.

Depois que as ações caíram em seu ritmo mais rápido desde a pandemia nos últimos
três dias, os investidores mostraram alguns sinais de esperança no início do dia
de que o presidente Donald Trump suavizaria sua posição ou adiaria o prazo de 9
de abril para as tarifas.

No entanto, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse na
tarde de terça-feira que Trump espera que as tarifas entrem em vigor enquanto
quase 70 países tentam iniciar negociações para reduzir o impacto das políticas
comerciais dos EUA.

Os participantes do mercado “estavam otimistas esta manhã de que teríamos algum
tipo de sinal de que estamos nos aproximando de um acordo ou de um compromisso
com alguns desses países maiores ou que haveria um atraso, já que tantas pessoas
queriam negociar”, disse Lindsey Bell, estrategista-chefe de mercado da
Clearnomics em Nova York.

“Esse não parece ser necessariamente o caso, já que estamos nos aproximando
rapidamente do prazo da meia-noite e os investidores estão perdendo a
confiança”.

A Casa Branca disse na tarde de terça-feira que espera que mais tarifas sobre a
China entrem em vigor em 9 de abril.

Isso ocorreu depois que a China disse anteriormente que nunca aceitará a
“natureza de chantagem” dos EUA em relação à ameaça de Trump de aumentar as
tarifas sobre as importações chinesas para mais de 100%.

E o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, disse
anteriormente que não são esperadas isenções às tarifas globais no curto prazo.

“As pessoas queriam ser otimistas e acabaram percebendo que não tinham um bom
motivo”, Melissa Brown, Managing Director, Investment Decision Research da
SimCorp.

A temporada de lucros trimestrais terá início no final desta semana, com o
JPMorgan, o Morgan Stanley e o Wells Fargo apresentando relatórios na
sexta-feira.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 75,85 pontos, ou 1,49%, para
terminar em 4.986,40 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 335,35 pontos,
ou 2,15%, para 15.267,91. O Dow Jones Industrial Average caiu 319,58 pontos, ou
0,84%, para 37.657,76.

Depois de cair até 36,48 pontos no início do dia, o Índice de Volatilidade CBOE
— visto como o “medidor de medo” de Wall Street — voltou a subir acima de 54 no
final da sessão. Ele havia subido na segunda-feira para seu nível mais alto
desde agosto do ano passado.

As preocupações de que as tarifas agressivas dos EUA possam estimular a inflação
e prejudicar o crescimento global levaram a esperanças de cortes nas taxas de
juros pelo Federal Reserve.

Mas a presidente do Banco da Reserva Federal de São Francisco, Mary Daly, disse
na tarde de terça-feira que, com a economia forte e muita coisa ainda não clara
sobre o efeito das novas políticas do governo Trump, o banco central não deve se
apressar em ajustar as taxas de juros.

Em ações individuais, a seguradora de saúde UnitedHealth Group e a Humana
saltaram depois que os EUA anunciaram um aumento de 5,06% nas taxas de pagamento
às seguradoras privadas para os planos de saúde Medicare Advantage de 2026.

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