Juiz brasileiro Edward é revelado como fraude ao tentar renovar documento, MP-SP acusa José Eduardo Franco dos Reis de falsidade ideológica

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Após a revelação de que o endereço em Londres fornecido pelo juiz Edward para a polícia na verdade era de um britânico que não tinha conhecimento algum do Brasil, surgiram ainda mais detalhes surpreendentes sobre a história de Edward. Ele, na verdade, atendia por vários nomes, destacando-se Edward Albert Lancelot Dodd-Canterbury Caterham Wickfield. Com essa identidade, conseguiu cursar direito na USP, se tornou juiz e trabalhou por mais de duas décadas no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Entretanto, o Ministério Público de São Paulo revelou que Edward na verdade não era quem dizia ser, mas uma personalidade falsa. A fraude foi descoberta quando ele tentou emitir uma segunda via do RG com o sobrenome Wickfield e foi descoberto que suas impressões digitais ligadas ao nome José Eduardo Franco dos Reis. Após ser chamado pela polícia para explicar a situação, José alegou que estava tentando renovar o RG para o seu irmão gêmeo, Edward, que teria sido doado na infância a uma família britânica e estava em Londres.

Ao investigar o endereço fornecido por José em Londres, a reportagem não obteve sucesso, já que o morador do local afirmou não se chamar Edward e não ter qualquer ligação com o Brasil. A denúncia do MP-SP foi aceita pela Justiça em março, tornando José Eduardo Franco dos Reis réu.

José se apresentou como filho de José dos Reis e Vitalina Franco dos Reis, nascido em Águas da Prata (SP). Ele afirmou que soube da existência do irmão gêmeo apenas após a morte do pai e que Edward teria sido entregue a uma família britânica na infância. Segundo José, o irmão se chamava Edward Albert Lancelot Dodd-Canterbury Caterham Wickfield e já havia estado no Brasil na década de 1980.

A denúncia do MP-SP aponta que José criou a figura de Edward como uma segunda personalidade, mantendo documentação dupla e informações falsas sobre sua identidade. Ele conseguiu registrar-se como Edward e José Eduardo Franco dos Reis, usando nomes diferentes em documentos por décadas. A investigação revelou o uso de documentos falsificados e a falta de cruzamento de dados eletrônicos na época. José Eduardo conseguiu assim levar essa dupla vida por muitos anos.

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