PCDF desmantela organização golpista do bilhete premiado em operação que resultou na apreensão de carros de luxo e na prisão de quatro criminosos.

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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF [https://www.pcdf.df.gov.br/]) desmantelou, nesta terça-feira (8/4), uma organização criminosa acusada de aplicar golpes [https://www.DE.com/tag/golpe] com o truque do bilhete premiado. A operação apreendeu diversos carros de luxo que estavam sob o poder dos criminosos. Dois Porsches — boxster spider e macan— um Jaguar, um Ford fusion, um Hyundai Creta, uma Mercedes e Dodge Journey foram levados para o pátio da 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante). Quatro pessoas foram presas, dois homens e duas mulheres.

Pelo menos quatro pessoas foram vítimas do grupo, com um prejuízo de R$ 3 milhões. A reportagem conversou com uma vítima e parentes de outras pessoas lesadas pelo grupo. Todos preferiram não ser identificados. A abordagem era a mesma. Uma mulher aparentando ser de origem humilde aborda a vítima. “Ela fala que não sabe ler, que precisa ir para um determinado lugar, que não conseguia chegar”, relatou a vítima. “Ela faz um Deus nos acuda da história”, continuou.

Em seguida, aparece outra pessoa. Essa aparentando ser instruída e demonstra interesse em ajudar a golpista, que supostamente estaria em situação de dificuldade. Os dois estão mancomunados para aplicar o golpe. A primeira alega que tem um bilhete de loteria e que não poderia sacar o valor. Nesse momento, a vítima já absorvida na história entende que o lugar que a pessoa precisava ir era uma agência bancária.

Os golpistas abordavam a vítima e fingiam ser humildes. Um afirmava ter um bilhete de loteria e que não poderia sacar o valor. Outro sugere ajudar o primeiro golpista. Para isso, propõe que ele e a vítima paguem uma quantia pelo bilhete e dividam o prêmio milionário. Os valores do falso prêmio chegavam até R$ 24 milhões. Todos iam ao banco juntos. A vítima levava uma sacola com dinheiro e um dos golpistas também, porém, com dinheiro falso. O valor era colocado em uma mesma sacola e entregue ao membro do grupo que teria “vendido” o bilhete. As vítimas chegavam a sacar R$ 50 mil todos os dias até atingir o valor pedido pelo bilhete. Algumas se endividaram, venderam o apartamento e passam dificuldade desde que caíram no golpe.

“Para a minha parente, essa primeira pessoa dizia que era testemunha de Jeová e que por isso não podia sacar o valor”, detalhou o familiar. O segundo golpista então sugere ajudar a primeira golpista. Para isso, ele propõe que ele e a vítima paguem uma quantia pelo bilhete e a dividam o prêmio milionário, com valores de até R$ 24 milhões. Os golpistas deram o bilhete para ela [a parente] em um envelope e pediram para que guardasse, sem contar a ninguém. Em posse do bilhete, fica acertado que vão levantar a quantia prevista e passar até o dia 20 do mês. “O segundo golpista ficava mandando mensagem dizendo que já tinha pago a quantia. E eles ficam nesse intervalo de quase um mês cobrando”, completou.

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