Real ganha força após Trump anunciar pausa em tarifas nos EUA
A moeda brasileira, o real, fechou em queda após operar acima de R$ 6 com tensões globais. Entretanto, após voltar a superar a marca de R$ 6 nesta quarta-feira (9), o dólar inverteu o sinal. Isso aconteceu logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma pausa nas tarifas de importação.
De acordo com analistas ouvidos pela CNN, o alívio nas tensões relacionadas aos impactos das taxas e a recuperação do preço das commodities estão entre as bases que ajudaram a moeda brasileira na sessão. O dólar fechou o dia em queda de 2,54%, cotado a R$ 5,845 na venda. Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu R$ 6,095.
Na terça-feira (8), o dólar à vista fechou em alta de 1,49%, a R$ 5,9985, registrando o maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano. Para o especialista em câmbio da Manchester Investimentos, Thiago Avallone, a decisão do presidente dos EUA de suspender a taxação por 90 dias permite ao real recuperar as perdas recentes.
“O real vinha apanhando bastante, então, quando ele [Trump] dá uma recuada, observa-se uma valorização da nossa moeda. Claro, não tudo aquilo que se desvalorizou, mas pelo menos uma boa parte”, diz Avallone. “A partir de agora, é preciso dar atenção a esses 90 dias das negociações que ocorrerão e ver o que vai acontecer”, acrescenta.
Já na visão do sócio da Wagner Investimentos, José Faria Júnior, a decisão de Trump elimina o risco de continuação da queda das bolsas de valores em todo o mundo. Contudo, a confiança do mercado frente ao presidente pode estar abalada. Acompanhando o anúncio de pausa nas taxas, Trump afirmou que as taxas contra a China serão elevadas para 125%.
O especialista ressalta que a pausa de 90 dias na cobrança das taxas retira o risco de uma pressão prolongada. Faria Júnior destaca a queda das taxas de juros nos EUA e a recuperação das bolsas de valores como sinais positivos de reação do mercado. A incerteza gerada pelas tarifas impostas pelos EUA e a disputa com a China criaram uma correção nos mercados e demais ativos de risco.
Para o sócio fundador da Fundamenta Investimentos, Valter Bianchi Filho, a divulgação das tarifas pelos EUA e a escalada contra a China geraram incerteza, resultando em uma forte correção nos mercados. Mesmo com a pausa anunciada, a visão sobre o futuro permanece nebulosa. O aumento da incerteza torna difícil prever um retorno à normalidade no curto prazo.
