Mais uma triste notícia choca a população de Goiânia: uma idosa de 85 anos, abandonada pelo filho advogado em uma unidade de saúde em estado gravíssimo, veio a óbito nesta quarta-feira (9). A senhora encontrava-se desnutrida e com lesões, e estava internada na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia. O filho foi liberado após uma audiência de custódia, enquanto o caso é investigado pela polícia.

O delegado responsável pelo caso, Alexandre Bruno, informou ao DE que o suspeito será investigado por maus-tratos com resultado de morte, abandono material e exploração financeira. A pena para esses crimes pode chegar a 15 anos de prisão. Também está em andamento um novo pedido de prisão para o advogado, cujo nome não foi divulgado pela polícia.

A prisão do advogado ocorreu após uma denúncia feita por uma assistente social do Cais onde a idosa foi abandonada. O relato apontava que a mulher estava em estado debilitado quando foi deixada na unidade de saúde por uma pessoa não identificada. Com base nessa informação, a polícia conseguiu localizar o advogado através da identificação dos possíveis filhos da idosa.

Durante a abordagem em seu apartamento no Setor Oeste, o advogado alegou que cuidava da mãe da melhor forma possível e que a havia deixado no Cais do Jardim América dias antes devido à piora de seu estado de saúde. Ele foi preso em flagrante suspeito de abandono e conduzido à Delegacia Especializada em Apoio ao Idoso. Apesar de ter sido solto após a audiência de custódia, o advogado está proibido de se aproximar da mãe.

Essa não foi a primeira vez que o advogado teve problemas relacionados a maus-tratos contra idosos. Em 2024, ele já havia sido preso por situação semelhante e estava sob medidas restritivas para não se aproximar da mãe. O outro filho da idosa, que mora em São Paulo, comprometeu-se a arcar com os custos do tratamento da mãe e solicitar a curatela dela.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás acompanhou o caso e reforçou o compromisso de investigar todas as infrações, mesmo que não estejam relacionadas ao exercício da advocacia. O objetivo é garantir o direito de defesa e o contraditório em todas as situações. Por fim, a OAB-GO informou que não comenta sobre prisões ou condenações de seus inscritos. A população aguarda por justiça e respeito aos direitos humanos.