As regiões brasileiras apresentaram de forma desigual a distorção de idade-série. Segundo a pesquisa, os indicadores mais elevados estão no Norte e Nordeste, com 41% e 36%, respectivamente
No Brasil, há mais de 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental e médio. Entre eles, mais de sete milhões vão à escola, mas estão em situação de “distorção idade-série”, já que possuem dois ou mais anos de atraso escolar. Esses dados fazem parte do estudo “Panorama da distorção de idade-série no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (29), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O projeto traz um diagnóstico do atraso escolar por etapa de ensino na educação básica. Para elaborar o documento, foram considerados aspectos de cor, raça e gênero; regiões brasileiras; áreas rural e urbana e outros recortes territoriais; Situação das crianças e adolescentes com deficiência; censo escolar 2017 do Inep/MEC;
De acordo com o Unicef, a partir do estudo foi possível identificar que no ensino médio mais de 2,2 milhões de adolescentes estão em situação de distorção idade-série, o que corresponde a 28% dos jovens dessa etapa. Este é o maior percentual de estudantes com dois ou mais anos de atraso escolar. As regiões brasileiras apresentaram de forma desigual a distorção de idade-série. Segundo a pesquisa, os indicadores mais elevados estão no Norte e Nordeste, com 41% e 36%, respectivamente.
Nas zonas urbanas, as populações indígenas e negras são as mais afetadas no que se refere à taxa de estudantes que estão com dois ou mais anos de atraso escolar. 12,6% são brancos; 9,4% são negros; 33,1% são indígenas; Na zona rural, o padrão da desigualdade é mais alarmante. Entre os negros e indígenas, a taxa de distorção é de 35,7% e 44,7%, respectivamente, mas entre os brancos fica em 18,2%. Em termos de gênero, ainda na zona rural, foi possível observar que a situação é mais grave no 6º ano, com 50% dos meninos e 30% das meninas matriculados em atraso escolar.